CBSurf Pro Tour 2020

Yanca vai ao topo

Cearense Yanca Costa é a nova campeã brasileira da Confederação Brasileira de Surf (CBSurf); Silvana Lima vence etapa final na Bahia.

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Yanca Costa conquista o inédito título de campeã brasileira profissional.Rodrigo Calzone
Yanca Costa conquista o inédito título de campeã brasileira profissional.

A cearense Yanca Costa é a nova campeã brasileira de surfe profissional da Confederação Brasileira de Surf (CBSurf). O título foi conquistado nesta sexta-feira (18), na praia da Gávea, em Vilas do Atlântico, bairro de Lauro Freitas, região metropolitana de Salvador (BA), que recebe o Tablas apresenta CBSurf Pro Tour, terceira e última etapa do ranking nacional.

Uma das maiores estrelas da história do surfe brasileiro e classificada para os Jogos Olímpicos de Tóquio, a também cearense Silvana Lima ficou com a vitória na etapa. O dia foi marcado por ondas de 1 metro, com boa formação, especialmente pela manhã, e as baterias finais da categoria masculina serão disputadas neste sábado (19). No total, atletas de 12 estados participam do evento, que distribui R$ 80 mil de premiação, igualmente dividida entre as duas categorias, com R$ 12 mil aos vitoriosos.

“É muito irado ganhar o circuito. Já venho batalhando há muito tempo, batendo na trave por vários anos, e desta vez deu certo. Estou muito feliz e quero agradecer a Deus, que estava aqui comigo e me ajudou, e vamos com tudo para o próximo ano, treinar mais e surfar mais para poder defender o título”, comemorou Yanca.

Radicada há vários anos no Rio de Janeiro, Yanca chegou como líder do ranking e perdeu logo na estreia, para Silvana Lima e Juliana dos Santos. A partir daí, ficou na torcida pelos tropeços das concorrentes à taça. Na mesma fase, a também cearense Larissa dos Santos e a catarinense Laura Raupp se despediram da briga pelo título, enquanto a cearense Ariane Gomes e as cariocas Julia Duarte e Taís de Almeida seguiram às semifinais.

Logo na primeira semi, Yanca Costa viu mais duas concorrentes caírem: Julia Duarte e Ariane Gomes, eliminadas pela catarinense Tainá Hinckel e a cearense Silvana Lima. A única ameaça passou a ser a experiente Taís de Almeida, escalada no outro confronto. Para a alegria de Yanca, Taís também foi barrada, terminando em último lugar na sua bateria, que teve como classificadas a carioca Bianca Macedo e a paulista Julia Santos.

Pódio da categoria Feminina do CBSurf Pro Tour em Vilas do Atlântico.

A nova campeã brasileira também falou de seu outro grande objetivo, além de querer defender seu título. “Agora eu vou focar no QS (divisão de acesso do Circuito Mundial). Quero competir nas etapas do Brasileiro também, mas nas que forem possíveis, pois quero focar no QS para já deixar ali o meu nome, pra galera me conhecer e, se Deus quiser, batalhar por uma vaga no CT (divisão de elite do Mundial)”, anunciou Yanca.

Já a etapa foi vencida por outra cearense, que em comum também mora no Rio de Janeiro. Depois de trocar de prancha durante o confronto decisivo, Silvana Lima conseguiu as suas duas melhores ondas e virou o placar contra a carioca Bianca Macedo, que buscava a sua segunda vitória na temporada. Com notas 6.50 e 5.70 nas duas últimas ondas, Silvana totalizou 12.20 pontos para superar Bianca (11.15), a catarinense Tainá Hinckel (10.30) e a paulista Julia Santos, campeã nacional em 2019, quarta colocada com 9.70.

Ao sair da água, a vencedora da etapa era só alegria. “Está na minha cara a felicidade. Só tenho que agradecer primeiro a Deus, que sempre está me dando esse gostinho da vitória. Tenho muita gratidão, por toda a minha a carreira, mesmo com tantas dificuldades. Também quero agradecer a todos que estavam torcendo por mim, acreditando em mim”, falou Silvana. “A pranchinha deixou para dar o gostinho no final (risos)”, brincou a cearense ao falar do equipamento que lhe ajudou a conseguir a virada nos minutos finais. “Fechei o ano bem e sou muito grata a isso”, finalizou Silvana.

Luel Felipe A sexta-feira em Vilas do Atlântico também contou com a primeira fase masculina, com direito a um show do pernambucano Luel Felipe, com a maior nota do dia (9.00) e o maior somatório, 16.50 pontos em 20 possíveis. “Passei o dia na praia hoje, assistindo às baterias dos amigos. A maré ficou meio seca, as ondas fechando, mar meio difícil, mas depois a maré começou a encher novamente e voltou a ficar legal”, contou Luel.

“Deu para escolher as ondas certas, minha prancha encaixou legal e consegui boas notas. Amarradão por fazer uma boa estreia e agora é descansar e ficar preparado para amanhã (sábado). Não esperava fazer essas notas todas, mas foi legal, foi divertido. Bom para ganhar confiança e me sentir mais confortável”, disse o pernambucano.

Outros que fizeram bonito nas ondas de Vilas foram o potiguar Alan Jhones, o paulista Luan Carvalho e o baiano Bino Lopes. Alan e Luan arrancaram nota 8.50 dos juízes, enquanto Bino fez o somatório de 14.75 pontos, segundo maior do dia. “Foi legal, consegui pegar umas boas. O mar está lisinho, tem uma valinha boa”, disse o atleta local.

“Eu moro aqui do lado, cresci aqui em Vilas e também na Praia do Forte, sempre alternando, então sempre treinei aqui e isso é uma vantagem, com certeza. Conheço a vala, treinava bastante aqui na Gávea quando era moleque. Hoje em dia eu surfo menos aqui, treino mais na praia do Surf (outro point de Vilas), mas ainda assim eu conheço bem a onda. Conhecimento é sempre uma vantagem”, concluiu Bino.

Os tops do Circuito estreiam neste sábado apenas na terceira fase, incluindo o paulista Marcos Corrêa, líder do ranking brasileiro com 1.320 pontos, e os ex-integrantes da elite mundial Ian Gouveia e Wiggolly Dantas, que também estão no páreo pelo título. A competição tem reinício 7h30 e a final está prevista para 14h50.

Prevenção Assim como nas outras duas etapas realizadas no CBSurf Pro Tour, foram adotadas medidas de prevenção em relação à pandemia do Covid-19, com um protocolo de segurança, que deve ser cumprido por todos os surfistas, técnicos, acompanhantes e membros do staff técnico. Entre as determinações está obrigatoriedade do uso de máscaras e o distanciamento social nas áreas próximas ao palanque.

O evento também dá atenção à sustentabilidade, com as camisas de competição – usadas para identificar os atletas no mar – feitas com tecido desenvolvido a partir da reciclagem de garrafas pet, iniciativa da Silverbay, em parceria com a Coltex, usando matérias primas mais conscientes para o planeta.