De Garopaba ao Peru

Pico Alto liga a máquina

Surfistas locais de Garopaba botam pra baixo em condições pesadas na bancada de Pico Alto, Peru.

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Respeitado local em Garopaba, Luizinho desce a galera em Pico Alto.

Mais um ano chegou e com ele mais uma conexão! Depois da surf trip pelo Chile em 2018, João Paiva (empresário e surfista), Daniel Knijnik (geólogo e surfista) e Ailton Souza (fotógrafo e videomaker) resolveram lançar um novo projeto.

Dessa vez o local selecionado foi Pico Alto, no Peru, e além de um novo destino, a conexão deste ano recebeu um novo integrante, o garopabense Luiz da Silva – o Luizinho. Como na última vez, tudo foi decidido em alguns dias e em seguida o swell já apareceu nos gráficos.

Para essa nova aventura, no entanto, houveram algumas alterações. Os quatros integrantes da conexão discutiram alguns detalhes da viagem e entre as novidades estava a locomoção: dessa vez foram de avião. A partida foi em 14 de maio, com saída de Porto Alegre (RS).

Mas, antes de dar mais detalhes sobre o que foi essa surf trip, vale contar um pouquinho da história do Luizinho, o cara que conseguiu movimentar a cidade de Garopaba para realizar um dos seus sonhos.

O jovem marceneiro e surfista se dedicou a arrecadar fundos para surfar as maiores ondas da América do Sul. Solicitou e recebeu ajuda de empresários garopabenses e também de toda comunidade, que abraçou a causa. Entre os patrocínios recebidos pelo surfista estiveram passagem, que foi doada por um empresário local, contribuições da empresa Hidrolight e da Cervejaria Phare e também brindes das lojas Garopaba Surf House, Rancho do Surf e das marcas Silverbay e M&D que se tornaram premiações de uma rifa organizada por ele.

João Paiva, Daniel Knijnik e Luizinho a caminho de Punta Rocas.

Bom, todo esse empenho valeu a pena! A viagem foi tranquila e chegando ao aeroporto o enviado do Luisfer, Rudy, já estava aguardando para fazer o translado da galera até o Luisfer Surf Camp, em Punta Hermosa. Assim como no Chile, no Peru eles também tiveram uma ótima recepção. Por lá já havia uma legião de brasileiros, como os vizinhos de Laguna e Jaguaruna, João Baiuka, Thiago Jacaré, André Paulista e também, Marquito Moraes, de Garopaba.

O primeiro dia de surfe foi em Kontiki para testar as pranchas. As ondas batiam de 8 a 10 pés e rolavam bem em frente ao surf camp. Nos dois dias seguintes o surfe se concentrou em Punta Rocas, com as ondas também batendo entre 8 e 10 pés, sendo que no segundo dia o mar estava absurdamente liso. A galera pegou altas ondas! No segundo dia ainda, logo após o surfe, a galera foi até Lima alugar um carro e é claro, não podia faltar o perrengue. O estresse com o trânsito foi inevitável! Fica a dica pra quem se interessar em ir para o Peru: aluguem carro já na chegada.

Sexta-feira, 17 de maio, as bombas começaram a apontar em Pico Alto. Às 10 horas da manhã, como combinado, Luizito filho do Luisfer, e o fotógrafo Ailton se encontraram e foram para o mar. Naquele dia as fotos seriam de dentro d’água. As ondas estavam de 12 a 15 pés quando os surfistas entraram, forçando um surfe pesado. Luizinho se destacou pegando várias ondas com ótima performance. João caiu no fim da primeira onda e acabou trincando uma costela, mas mesmo assim continuou na água e desceu boas ladeiras. Daniel, como sempre, selecionou as melhores e desceu fazendo boas ondas. O dia terminou com João no hospital recebendo o devido tratamento, na tentativa de voltar para o mar o quanto antes.

No sábado rolou uma homenagem para o surfista local Fernando, que tinha falecido alguns dias antes. Cerca de 50 surfistas locais participaram da homenagem e logo depois se juntaram aos mais de 20 surfistas que já estavam em Pico Alto. As bombas continuavam e dessa vez João ficou de fora, só observando. Um acidente, logo na primeira onda, entre o Daniel e um surfista local, acabou deixando ele de fora da sessão. Luizinho ficou “só” com mais de 50 locais pegando altas ondas, que continuaram quebrando entre 12 e 15 pés.

Dia 21, terça-feira, a máquina Pico Alto ligou novamente e mais uma sessão de dentro d’água foi marcada. Dessa vez, com ondas de 10 a 12 pés, com algumas maiores na série, além de tempo fechado e água gelada. João se sentiu melhor e resolveu arriscar, mas não foi como esperado. Após a sessão ele não se sentiu bem e precisou deslocar para o hospital, onde acabou constatando a costela fraturada. Daniel e Luizinho fizeram a festa pegando altas ondas. Segundo o Luiz, naquele dia não houveram dúvidas: ele surfou a maior onda da vida dele, até o momento. Mais uma sessão fantástica de altas ondas no pico sagrado!

Na sequência o mar baixou e os últimos dias foram de descanso. Na última noite, no entanto, a natureza resolveu colocar mais uma dose de emoção na surf trip! Durante a madrugada a cidade foi atingida por um terremoto de magnitude 7,5 bem exatamente às 2h40 da manhã acordando todo mundo no Luisfer Surf Camp. Bom, não foi nada além de um susto. Ainda bem!

Pra finalizar, os agradecimentos especiais aos apoiadores dessa jornada: Garopaba Surf House, Index Krown, GeoSurf, RZ Turismo e Cerveja Phare. Gratidão também ao Luisfer Surf Camp pela hospitalidade durante esses dias e à galera que sempre acompanha tudo pelas redes sociais. Até a próxima!