Leitura de Onda

Vote no futuro de Slater

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Kelly Slater diante de Andy Irons em  Teahupoo, Tahiti. Para você, internauta amigo, o careca deve continuar ou deve se aposentar do World Tour? Foto: Aleko Stergiou.

É fim do ano, e Kelly Slater repete sua doce rotina: vence a temporada, vai a Pipeline sem pressão e faz o velho mistério sobre a aposentadoria. Os títulos sempre serviram como revigorante para o americano revitalizar seu surf e se impor sobre as novas gerações.

 

No segundo semestre deste ano, no entanto, Slater foi desafiado como poucas vezes em sua carreira. Gabriel Medina e outros garotos chegaram com um novo padrão de surf, distante do que vinha sendo praticado nas baterias da elite. E a ASP comprou a novidade.

 

Claro, o surf ainda é o mesmo nas ondas mais desejadas, como Pipeline, Teahupoo e Fiji. Nesses picos, a maturidade costuma prevalecer sobre a juventude. Apesar do fator experiência ainda valer pontos, o surf experimentou este ano a consolidação de uma mudança propiciada pela evolução do esporte e a maior valorização de manobras aéreas no julgamento.

 

Neste novo cenário, a temporada de 2012, seria inesquecível com Slater no páreo. A disputa com Medina, Owen Wright, Julian Wilson e outros garotos seria eletrizante – uma das maiores provações do 11 vezes campeão do mundo e, ao mesmo tempo, a maior encrenca da vida de todos os desafiantes, já que o americano, na casa dos 40, está em forma esplêndida.

 

Mas paira, mais uma vez a dúvida: Slater se aposenta ou fica para o show de 2012? Dei o meu voto na coluna da semana passada: torço para a permanência, porque, enquanto o americano estiver em forma, as conquistas só serão completas com o cara na disputa.

 

E você, o que acha? No ano em que o Brasil aparece como legítimo candidato à disputa do título, Kelly Slater deve permanecer na disputa ou se aposentar com 11 títulos na caixa?

Vote! A ideia, dada por um leitor amigo, é que os votos montem um mosaico de opiniões que indiquem onde o brasileiro quer ver o mito no ano que vem: nas baterias ou em Cocoa.

 

Para dar o voto, é fácil. Se você quiser a permanência de Slater em 2012, basta escrever “SIM” no título do comentário do leitor e, se quiser a aposentadoria, digitar “NÃO”.

 

Para facilitar a discussão, fiz uma lista básica de apenas três dos argumentos a favor e contrários à permanência do americano. Colabore, se quiser, com mais pontos a favor e contra no corpo do comentário do leitor.

 

A favor

 

– O show: com Slater, a temporada de 2012 tem tudo para ser um show inesquecível. Sem ele, o campeão terá que conviver com a seguinte desconfiança: se Slater estivesse eu venceria?

 

– A reinvenção: Slater já mostrou ao mundo uma capacidade sobrenatural de reinventar o surf para se adaptar aos novos adversários. Ninguém ousa duvidar de sua capacidade de fazer o mesmo com a nova geração, que tornou básica a manobra aérea mais complexa.

 

– Um ativo do esporte: com um ídolo como Slater no páreo, o surf ganhou um peso inédito como esporte. Suas vitórias – e até derrotas – repercutem mais fora do universo das pranchas.

 

Contra

 

– A idade: apesar de ser super-herói, em algum ano da casa dos 40, Slater deve ter dificuldades para lidar com a revolução da nova geração. Pode ser em 2012, pode ser em 2020.

 

– A vida além da camisa de lycra: Slater dedicou a vida ao WT e, para isso, abriu mão de coisas importantes na vida, como a maior convivência com a família e a filha.

 

– Medina: o brasileiro o venceu duas vezes na perna europeia (alguns dizem também as duas baterias não eliminatórias do round  4, mas os juízes pensaram diferente). E, pior, mostrou que não se submete ao jogo psicológico do americano. Trata-o como um comum.

 

Tulio Brandão é colunista do site Waves e autor do blog Surfe Deluxe. Trabalhou três anos como repórter de esportes do Jornal do Brasil, nove como repórter de meio ambiente do Globo e hoje é gerente do núcleo de Sustentabilidade da Approach Comunicação.

 

Tulio Brandão
Formado em Jornalismo e Direito, trabalhou no jornal O Globo, com passagem pelo Jornal do Brasil. Foi colunista da Fluir, autor dos blogs Surfe Deluxe e Blog Verde (O Globo) e escreveu os livros "Gabriel Medina - a trajetória do primeiro campeão mundial de surfe" e "Rio das Alturas".