Espêice Fia

SOS quarto 226

0

Há cerca de dois anos escrevia para a Fluir a coluna Surfábulas. Em um dos “causos” contados, falei sobre um acontecimento curioso em nosso cotidiano no circuito mundial.

E esse não foi uma fato isolado, afinal, outro acidente em quartos de hotel – incluindo fogo por algum descuido – também aconteceu durante o WCT de 2003 quando Mick Fannnig deu mole com a vela acesa depois que Floripa ficou apagada devido a uma explosão de botijão de gás quando reparavam instalações na ponte Colombo Sales.

Mas o caso aqui se passou em Huntington Beach durante o US open de 1995. O garoto de Niterói Ricardo Tatuí ingressava o time de brazucas na época e, apelando para forças ocultas, havia acendido uma vela de sete dias no quarto do hotel para ir bem na competição.

A semana ia se passando e a velinha lá ”enchameada”. O negócio parece ter surtido efeito contrário pois, além de ter perdido no evento, quando os seus parceiros que dividiam o quarto chegaram ao hotel apenas acharam uma enorme confusão recém-acontecida.

A vela, que ficava em cima de uma caixa de papelão, derreteu. O fogo passou para a caixa, da caixa para o carpete e, em seguida, bum! Pipocou a instalação elétrica. A sorte foi a camareira ter sentido cheiro de fumaça e chamado a brigada de incêndio, minimizando assim um grande “prejú” para muita gente.

Piu Pereira, Renan Rocha e Kemel Addas Neto, o Nê, perderam alguns pertences e tiveram pranchas esturricadas. No entanto, o laudo técnico os reembolsou e sobrou o “causo” para ser contado.

Este vídeo faz parte de meus arquivos que não podem ir para a TV devido à má qualidade das imagens já desgastadas pelo tempo.

 

 

Sempre que tiver um tempinho disponível, vou organizando para a turma ver. Este evento de Huntington sempre foi o máximo e já foi palco de muita disputa entre feras de todos os tempos.

Disputas até entre público e policiais. Em 1986, carros foram queimados em protestos contra abuso de autoridade depois que garotas chamativas estavam vestindo-se fora dos padrões normais e atiçando a imoralidade.

 

Diz a lenda, que a turma na praia já estava de ânimos alterados e levemente alcoolizada quando um pequeno incidente transformou-se em caos.

Hoje em dia, claro, o negócio e a estrutura estão gigantes, incluindo muita segurança. Mas, na ocasião aqui do vídeo também já era legal, com toda a parte de trás do palanque com uma espécie de feira de surf, incluindo uma grande diversidade de stand e eventos paralelos, tal como shapes confeccionados ao ar livre pelo renomado Gary Linden.

Na parte de surf, uma bateria que disputei contra Tatuí e outra contra Kalani Robb. Acho que fiquei em nono, no geral, não lembro quem venceu a prova. De repente, está na sequência das fitas… Aguardem…

Foto de capa Bruno Lemos / Liquid Eye

Fábio Gouveia
Campeão brasileiro e mundial de surfe amador, duas vezes campeão brasileiro de surfe profissional e campeão do WQS em 1998. É reconhecido como um ícone do esporte no Brasil e no Mundo. Também trabalha como shaper.