Master of Shape

Eco das plainas

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Master of Shape ainda reverbera de maneira positiva depois do sucesso na The Board Trader Show. Foto: Divulgação.

 

Colocar oito dos melhores shapers para uma competição, no Master of Shape, criou a oportunidade para que muita gente pudesse assistir e entender um pouco mais sobre a arte de esculpir uma prancha.

Convidado para ser curador do Master of Shape, Neco Carbone, também conhecido shaper, foi responsável por alinhar os detalhes para que tudo funcionasse. “Há três anos ele encontrou “Claujones”, que já estava gestando a ideia da feira aqui, como as que rolam nos EUA. “Como eu já havia ido a essa feira, lá fora começamos a conversar sobre a competição de shape. Ele armou para que eu pudesse falar com Scott Bass, que realiza o The Board Room Show, ano passado. Pude ter acesso às internas do evento, para entender todos os detalhes”, explicou Neco. Conversamos com ele para saber como foi o feedback dessa história toda.

O que você achou do resultado do Master of Shape na The Board Room Show?

Foi muito bom. Em outras feiras já houve esse lance de sala de shape, para apresentações. Mas nunca funcionou muito bem. O fato de haver uma prancha que faz parte da história do surfe nacional a ser clonada, um mestre da plaina e grande surfista a ser homenageado, como foi o Daniel Friedmann, já foi um grande passo para tudo dar certo.

 

Quem participou gostou?

Quando começamos a escolher os shapers, convidamos muitas pessoas que, por várias razões, declinaram do convite. Mas acho que na maioria dos casos as pessoas não estavam acreditando que seria um lance legal. Estavam com um pé atrás, talvez por conta de experiências passadas. Mas nos empenhamos em fazer o melhor e alguns shapers que haviam declinado vieram nos parabenizar e mostrar até um certo arrependimento por não ter participado, pois viram que a parada foi muito legal. Acho que para a próxima edição vai ter gente saindo no tapa para participar.

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Oito participantes do Masters of Shape reproduziram um pouco da história do surfe representada pela prancha (1978) de Daniel Friedmann. Foto: Divulgação.

 

Você estava lá o tempo todo, cuidando da sala, da cronometragem e de todos os detalhes. O que sentiu do público?

Cara, foi uma ótima atração para o público. Tanto que o diretor da Dragon, produtora do evento, ficou impressionado com a reação do público e lá mesmo conversamos sobre uma produção ainda melhor, falamos sobre investir ainda mais para esse “evento à parte” dentro da feira. Foi muito legal. Pela primeira vez tivemos uma feira de surfe – mesmo – e o público realmente prestigiou e estava interessado no assunto.

 

O Master of Shape acabou sendo mais que uma simples competição, não?

Assim que começamos a conversar com os convidados, formamos um grupo de What’s App para organizarmos as ideias. Participaram o Claudio, você (Edinho Leite), o Flávio Carioca, da Xtra-Foam (que forneceu os blocos para serem shapeados) e o próprio homenageado, o Daniel Friedmann, e todos puderam ver a interatividade que isso gerou entre os shapers participantes. Alguns desses shapers eu não conhecia pessoalmente. Mas depois que conversarmos por dois meses, foi engraçado. Quando nos encontramos, parecia que éramos velhos amigos. Mas o bacana é que, apesar de ser uma competição, a interatividade que rolou no grupo fez com que todos se ajudassem. Desde o primeiro na sala, todos estavam lá para acompanhar, dar toques, analisando as pranchas juntos, discutindo estratégias, gente emprestando ferramentas uns para os outros. Você vê que gerou uma amizade entre eles e o grupo continua, com todos discutindo design e assuntos referentes ao mercado. Foi bacana termos um time eclético com shapers com muito tempo de estrada e outros mais novos, com cerca de dez anos – ou mais – de plaina.

 

Edgo, Delton Menezes, Rodrigo Silva, Kareca, Alexandre Morse, Claudio Pastor, Alexandre Snapy e Zulmar Leão. Aliás, o respeito entre eles, dos mais novos com os mais experientes, foi incrível.

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Rodrigo Silva, vencedor do primeiro Master of Shape 2016. Foto: Divulgação.

  

Qual a perspectiva para 2017?

Queremos proporcionar o melhor para que eles possam mostrar seu talento. O campeão, Rodrigo Silva, já está garantido. Não sei se faremos com oito ou seis. O cronograma ficou meio apertado. Teremos a chance de dar ainda mais visibilidade aos shapers que estiverem participando. O importante é constatar que o evento continua reverberando. Ainda na feira, foi decidido que as pranchas seriam doadas para Taiu Bueno, e no mesmo momento a Texiglass deu o tecido, a Maxiepoxi forneceu a resina e o Dinando, da F-Glass, se propôs a laminar. A prancha vencedora fica no acervo da TBTS, para ser exposta nas próximas edições, as outras sete vão para o Taiu, que já começou a “viajar” e pensou num campeonato onde os convidados usarão essas pranchas, que depois serão leiloadas. Vence o “campeonato” quem surfar mais parecido com o Daniel. Mas isso tudo ainda está sendo alinhado. O importante é que a sinergia criada é muito boa e coisas legais continuam acontecendo. A próxima será ainda melhor.