A primeira vez a gente nunca esquece

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Começo de temporada no arquipélago havaiano é sinônimo de alvoroço nas areias do North Shore. Foto: Tony D´Andrea.
Calma… Não é o que vocês estão pensando. O assunto aqui é mais radical do que romântico (mas nem tanto, já que nós amamos as ondas).

 

Estou falando da sensação de viajar pela primeira ao Hawaii. Ir para o tão famoso arquipélago é o sonho de qualquer surfista.

 

Todo o “feeling” de quando se fala em Hawaii vem à tona, você parece estar vivendo um sonho, todos os filmes de surfe que já assistimos até hoje começam a aparecer na mente, só que somos nós os protagonistas.

 

Acho que só me dei conta que estava indo mesmo quando entrei no avião. Mas antes de seguir nessa viagem, gostaria de me apresentar.

 

Local Pancho Sullivan encara o temido inside de Sunset Beach. Foto: Tony D´Andrea.
Sou Tony D’Andrea. Nascido e criado em Niterói (RJ), surfista e fotógrafo, amante das ondas e dos esportes radicais.

 

Cresci surfando as famosas ondas de Itacoatiara, considerada um dos melhores picos de ondas grandes do Brasil, e comparada por todos com a famosa Pipeline, com suas ondas fortes e cavadas.

 

Mas isso é uma outra história. Vamos voltar para a tão sonhada primeira vez no Hawaii.
Chegando no aeroporto de Honolulu, já é possível sentir o espírito havaiano, começando pelo estilo de vida dos locais.

 

Lembro como se fosse hoje; dia 12 de outubro de 2005, início da temporada. Eu me sentia uma criança (12 de outubro é o dia das crianças). Tudo era novidade, ruas, lojas, pessoas, estradas.

 

Estava feliz até mesmo num engarrafamento a caminho do tão sonhado North Shore. Tudo era festa, era um sonho de criança. Seguia dirigindo, sem saber para onde, meu
destino final era uma casa alugada em Velzyland, direita clássica e xodó dos locais.

 

Quando me dei conta já estava estacionado em Sunset Beach. Não estava acreditando… O mar tinha 10 pés clássicos, quebrando lá fora, com sol, vento terral, condições de sonho, vários fotógrafos, surfistas profissionais, turistas e eu.

 

Tive um arrepio, eu estava na Meca do surfe mundial, no início da temporada, toda aquela pressão. O sonho tinha se tornado realidade.

 

Saí do carro com a minha câmera na mão, estava nervoso, não queria perder nenhum momento, nenhuma onda, nenhuma vaca. Cada mergulho era um flash. Foi quando eu olhei para o lado e vi uma galera falando em português.

 

Estava no Hawaii e uma galera do meu lado falando português com direito a gíria e tudo. Fui logo me apresentando e um deles era o Márcio Moraes. Brasileiro, gente finíssima e morador de V-Land. Putz, que coincidência.

 

Depois daquela introdução rápida, Márcio já foi soltando: “Cara você é pé-quente, o mar estava flat por quase um mês, você chegou e o mar subiu”.

 

Aquelas palavras me tocaram fundo, foi aí que caiu a ficha. Cheguei junto com o swell, todos os picos estavam quebrando. O que mais poderia dar errado?

 

Olhei para o mar, era um festival de gunzeiras, foi quando eu reparei num maluco dentro d’água. Devia estar caindo com uma 7 pés, que para aquelas condições era uma pranchinha.

 

O maluco era o profissional havaiano Pancho Sullivan, botando pra dentro em Sunset Beach. Eu afirmava para mim mesmo que a viagem estava apenas começando.

 

Fiz vários cliques em SunsetBeach, ondas, paisagens, pessoas. Tinha acabado de chegar e parecia que estava lá há alguns dias. Já estava pensando em ficar de vez.

 

Depois dessa primeira sessão de fotos fomos para casa, que era de frente pra V-Land, e como também sou filho de Deus, fui surfar.

 

Depois disso a viagem continuou com muitas aventuras e emoções, mas no Hawaii, a primeira vez a gente nunca esquece!

 

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Para conhecer o trabalho do fotógrafo Tony D?Andrea acesse fotolog.com/tomsurfe e tonydandrea.photosite.com.