O paulista Adriano de Souza conquistou uma inédita vitória brasileira nas direitas de Jeffreys Bay, África do Sul. Na grande final do Billabong Pro, Mineirinho derrotou o francês Joan Duru nas ondas irregulares de Supertubes. Pelo título na etapa do ASP World 6-Star, ele recebeu US$ 25 mil e 3.500 pontos, que o levaram para a segunda posição no ranking mundial unificado da ASP. O líder é o havaiano John John Florence, desde sua vitória na etapa brasileira do WCT, o Billabong Rio Pro na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro (RJ).

“Eu venho aqui para a África do Sul e para Jeffreys Bay há tantos anos e sempre vi os caras vencerem o Billabong Pro, então agora foi a minha vez”, vibrou Adriano de Souza, que saiu do mar carregado nos ombros dos surfistas brasileiros Filipe Toledo e Peterson Crisanto. “Eu estou muito feliz e vou me lembrar desta vitória pelo resto da minha vida. J-Bay é um lugar muito especial para mim e espero continuar vindo aqui por muitos anos ainda”.

Mineirinho foi o melhor surfista da “perna sul-africana” neste ano. Na semana passada, ele foi até as semifinais do ASP Prime em Ballito e em Jeffreys Bay faturou o título que nas duas últimas temporadas foi conquistado pelo sul-africano Jordy Smith. O bicampeão foi a primeira vítima do francês Joan Duru na sexta-feira decisiva do Billabong Pro, ainda pelas oitavas de final da competição. E a “zebra” estava solta no início do dia, pois na disputa seguinte o líder do ASP World Ranking, John John Florence, foi barrado pelo jovem sul-africano Dale Staples.

O brasileiro abriu as quartas de final vingando a derrota sofrida para o australiano Mitchel Coleborn na quinta-feira. Os 15,26 pontos que totalizou nesta bateria só foram superados por ele mesmo no último dia. Apesar das condições difíceis do mar, que baixou bastante em relação aos excelentes 4-6 pés dos três dias anteriores em Supertubes, Mineirinho sempre conseguiu achar boas ondas para derrotar seus adversários.

Na semifinal, ele não deu qualquer chance para o havaiano Ezekiel Lau, que na quinta-feira recebeu uma das cinco notas 10 do evento neste ano. Adriano ganhou fácil por 15,00 a 5,57 pontos e na bateria final atingiu exatos 16 pontos, maior placar da sexta-feira em Jeffreys Bay. Mas, quem começou na frente foi o francês Joan Duru, que ganhou nota 9,27 na melhor onda surfada no último dia do Billabong Pro na África do Sul.

Mineirinho não se abalou e entrou na disputa do título com uma nota 7,67. Se os tubos não estavam rolando como nos outros dias, então o brasileiro partiu para os aéreos de frontside nas direitas de Supertubes. Na última onda, garantiu a vitória com a sua melhor apresentação na final. Os juízes deram nota 8,33 e o placar foi encerrado em 16,00 a 13,60 pontos.

As etapas da “perna sul-africana” foram as primeiras do ASP Prime e ASP Star que ele disputou este ano. Até então, Adriano só havia participado das quatro provas do ASP World Tour 2012. Esta também foi a primeira vez que o Billabong Pro Jeffreys Bay não foi válido pelo Dream Tour. Como mudou para o ASP 6-Star, muitos surfistas tiveram a primeira chance de competir em uma das direitas mais perfeitas e longas do mundo.

Os brasileiros foram os mais ávidos em aproveitar a oportunidade e formaram o maior pelotão com trinta inscritos entre os 144 participantes. Dois argentinos e um venezuelano também representaram o continente sul-americano na África do Sul. Além de Mineirinho, os que chegaram mais longe foram os jovens Filipe Toledo e Ian Gouveia. Eles foram até a rodada dos 24 melhores e terminaram em 17º lugar na etapa do ASP 6-Star em Jeffreys Bay.

Billabong Pro 2012

1 Adriano de Souza (BRA)
2 Joan Duru (FRA)
3 Ezekiel Lau (HAW)
3 Aritz Aranburu (ESP)
5 Mitchel Coleborn (AUS)
5 Vasco Ribeiro (POR)
5 Patrick Gudauskas (EUA)
5 Dale Staples (AFR)
17 Ian Gouveia (BRA)
17 Filipe Toledo (BRA)
35 Caio Ibelli (BRA)
37 Jessé Mendes (BRA)
37 Leo Neves (BRA)
37 Tomas Hermes (BRA)

G-10 do ASP World Ranking – 22 etapas (4 WCT + 5 Prime + 13 Star)

1 John John Florence (HAW) – 32.845 pontos
2 Adriano de Souza (BRA) – 26.125
3 Mick Fanning (AUS) – 24.863
4 Kelly Slater (EUA) – 24.500
5 Gabriel Medina (BRA) – 23.390
6 Taj Burrow (AUS) – 23.145
7 Josh Kerr (AUS) – 23.036
8 Joel Parkinson (AUS) – 20.870
9 Jordy Smith (AFR) – 20.860
10 C. J. Hobgood (EUA) – 19.480
11 Kai Otton (AUS) – 18.095
12 Adrian Buchan (AUS) – 17.805
13 Owen Wright (AUS) – 16.800
14 Julian Wilson (AUS) – 15.800
15 Jeremy Flores (FRA) – 15.570
16 Glenn Hall (IRL) – 15.480 – 1º do G-10
17 Miguel Pupo (BRA) – 15.050
18 Kolohe Andino (EUA) – 12.261 – 2º do G-10
19 Matt Wilkinson (AUS) – 12.202 – 3º do G-10
20 Heitor Alves (BRA) – 12.080
21 Nat Young (EUA) – 11.890 – 4ºdo G-10
22 Damien Hobgood (EUA) – 11.750 – 5º do G-10
23 Willian Cardoso (BRA) – 11.650 – 6º do G-10
24 Alejo Muniz (BRA) – 11.500
25 Brett Simpson (EUA) – 11.470
26 Patrick Gudauskas (EUA) – 11.380 – 7º do G-10
27 Fredrick Patacchia (HAW) – 11.234 – 8º do G-10
28 Nathan Yeomans (EUA) – 11.024 – 9º do G-10
29 Tiago Pires (PRT) – 10.790
30 Brian Toth (PRI) – 10.655 – 10º do G-10
35 Alex Ribeiro (BRA) – 8.980 pontos
38 Jean da Silva (BRA) – 8.320
39 Raoni Monteiro (BRA) – 8.150
41 Wiggolly Dantas (BRA) – 7.896
42 Tomas Hermes (BRA) – 7.812
48 Filipe Toledo (BRA) – 6.745
50 Hizunomê Bettero (BRA) – 6.540
59 Ricardo dos Santos (BRA) – 5.771
70 Jessé Mendes (BRA) – 4.790
73 Jadson André (BRA) – 4.260
83 Bernardo Pigmeu (BRA) – 3.680
85 Gabriel Villaran (PER) – 3.586
86 Thiago Camarão (BRA) – 3.580
86 Yuri Sodré (BRA) – 3.580
89 Peterson Crisanto (BRA) – 3.395
99 Flavio Nakagima (BRA) – 3.040
100 Leonardo Neves (BRA) – 3.030
101 Jano Belo (BRA) – 3.020