Parque de diversões dos tubos. Esta é a frase que vem à mente quando me lembro das ondas da que surfei na última temporada em Nias, Indonésia.
É muito agradável pegar tubos sem tanto medo de errar e de se machucar. A bancada em Nias é consideravelmente funda, são cerca de 5 metros do nível do mar.
Isso é um fato importante para aliviar a tensão que rola no surf em bancadas rasas, onde qualquer queda pode resultar em um ou mais cortes nos corais.
É claro que nos dias de swell com mais de 2 metros, a história muda um pouco. A onda de Nias se torna pesada e perigosa. Mesmo assim, é difícil encostar no fundo do mar.
Já em Bali, a maioria das ondas tubulares rola na maré seca, com a bancada exposta. Estou há mais de 5 anos morando na Indonésia e o que não faltaram foram cortes nos corais. As cicatrizes ficam de recordação.
Outro fato que colabora para o ambiente de diversão no surf é ter amigas dividindo o line up. Desta vez, as bodyboarders Gabriela GMS e Yana Vaz compartilharam comigo as ondas perfeitas de Nias. Sorrisos não faltaram!
No dia do swell grande, Gabriela socorreu um surfista brasileiro que perdeu a prancha e o fôlego depois de levar muitas ondas na cabeça. Gabi emprestou seu bodyboard pra ele e saiu do mar nadando. Ela ficou marcada como a heroína do dia.
As mulheres têm se superado e surpreendido. Já aconteceu contigo de ver um surfista por dentro de um tubo, no maior estilo, e só quando ele sai você percebe não ser ele, e sim ela? Uma menina, ou já mulher, representando o time feminino e, possivelmente, ainda vestindo cor-de-rosa?. Até o tubo muda de cor. O tubo fica cor-de-rosa!
Em Nias, além dos heróis no surf, a cultura local apresenta outros heróis. Antigamente, para se alistar à guerra, os homens precisavam superar o desafio de saltar uma pedra de 2,10 metros de altura.
Os que conseguiam, adquiriam o título de herói. Atualmente, existem cerca de 40 homens em Nias que ainda praticam o ato heróico. Porém, em vez de irem para a guerra, hoje, os heróis são a principal atração turística na ilha.
