Sempre gostei de ondas grandes e tubulares, e desde 1991, frequento Pipeline. Em 2001, participei de uma das primeiras barcas de brasileiros para Teahupoo, no Taiti, convidado pelo meu amigo Everaldo Teixeira, o Pato, para fazer uma matéria para a revista Fluir e, desde então, me apaixonei por aquela onda.

Pipe e “Chopo” sempre foram as minhas ondas preferidas. Desafiadoras, desejadas, ondas que realmente faziam diferença na minha vida. Em 1993, comecei a frequentar Bali e surfei ótimas ondas em Padang Padang, que tem um drop mais fácil, é um tubo espaçoso com um canal seguro, mas, que apesar de perfeita, não tem o mesmo grau de dificuldade das outras duas.

Foi quando comecei a frequentar Mentawai e conheci uma onda que entrou na minha lista de favoritas: Greenbush. Manhosa pra quebrar perfeita, ela exige ondulação e ventos alinhados para o “fenômeno” acontecer. É uma esquerda poderosa, super tubular, que vai engrossando no fim e, ao contrário de Pipe e Chopo, que acabam num canal, termina em cima das pedras e, geramente, cobra algum pedágio de quem passa por ali, às vezes com pequenos cortes, outras vezes muitos cortes (risos) e até situações mais graves. Ela é considerada uma onda de consequências, por isso muita gente não tem a disposição para surfar lá, principalmente se não estiver totalmente perfeita e, com isso, aumentam as chances de surfar com pouco ou até sem crowd, isso numa situação casca-grossa e de muita sorte.

Este ano, eu e meu parceiro nos tubos Alexandre Ribeiro, a bordo do barco Moon Palikir, da Mentawai Surf Charters, dividimos o line up com uma trip de australianos, mas chegamos a ter momentos sozinhos com a maré secando. Na ocasião, Xandinho se jogou numa bomba e acabou precisando de alguns pontos no calcanhar. Por sorte o nosso fotógrafo e surf guide Bruno Veiga domina a arte da sutura e fez um excelente serviço.

No video acima, você pode curtir as melhores ondas filmadas por Bruno Veiga e Tatiana Topete nesse swell que fez Greenbush mostrar suas garras.