Ryan Kainalo manteve o foco durante todo o ISA World Junior. O surfista local de Itamambuca, Ubatuba (SP), de 17 anos, emergiu no cenário do surfe brasileiro, conquistando títulos e consolidando-se como uma promessa que se tornou realidade. Sua trajetória ascendente em termos internacionais começou com a conquista de dois títulos: bicampeão sul-americano Pro Junior e bicampeão do Balito Pro Junior, na África do Sul, ambos nos anos de 2022 e 2023.
O surfista brasileiro não apenas provou sua habilidade em competições Sub 20, mas também fez história ao garantir sua vaga no Challenger Series 2023, aos 17 anos. Essa conquista é um testemunho não apenas de seu talento, mas também resultado de sua dedicação e determinação em avançar para o nível profissional do surfe mundial.
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A habilidade de Kainalo foi evidenciada ainda mais ao se sagrar campeão mundial Sub 18 no ISA World Junior Surfing Championship 2023, realizado recentemente na Praia da Macumba, no Rio de Janeiro. Nas inúmeras baterias disputadas com alguns surfistas que já despontam no cenário internacional, ele demonstrou talento, tática e frieza, ingredientes fundamentais para quem aspira a elite do surfe mundial.
Além disso, o surfista de São Paulo mostrou sua versatilidade ao conquistar as duas últimas etapas da divisão de acesso à elite do surfe brasileiro. Ryan venceu a quarta etapa, realizada no mês de novembro em Matinhos (PR), e no último final de semana reforçando seu domínio nas competições nacionais, foi o campeão da quinta e última etapa do circuito classificatório, finalizado no último sábado (16), em Paracuru, Ceará.
“Queria agradecer a Deus, minha família, amigos e patrocinadores. Eu sabia que seria difícil, que teria de manter a calma, porque eu não conhecia o lugar, nunca tinha vindo até aqui. Mas, graças a Deus deu tudo certo, a comunidade local me recebeu de braços abertos, o mar segurou até o final com boas ondas, consegui fazer meu trabalho e estou muito feliz!”, disse ele em entrevista.
Pablo Jimenez.A capacidade de se adaptar tanto em cenários internacionais quanto nacionais destaca-se como um sinal de seu potencial de longo prazo no mundo do surfe. Com uma série de conquistas impressionantes e um futuro promissor à sua frente, Ryan continua a inspirar, atraindo olhares do surfe brasileiro e mundial. Seu nome representa não apenas conquistas individuais, mas também a força e a vitalidade da nova geração de surfistas do Brasil.
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Abaixo confira uma entrevista exclusiva com Ryan após sua vitória no ISA World Junior Surfing Championship 2023.
Fale sobre sua experiência no recente no Campeonato Mundial Sub 18 (ISA World Junior Surfing Championship 2023). Como você se sente agora, depois de conquistar esse título?
Ainda não caiu a ficha totalmente, mas espero continuar sendo a mesma pessoa. Foi um campeonato muito importante, e ainda estou assimilando tudo. Sei que fiz um bom trabalho, executei meu surfe, e o time mostrou estar preparado. Demonstramos que, com apoio, podemos ir mais longe. Nosso trabalho foi realizado com bastante tempo de antecedência e nós adquirimos um ótimo entrosamento. Chegar ao evento familiarizado com as pessoas que fazem parte da equipe foi muito bom para mim e para o time.
Sobre a sua adaptação às baterias de 15 minutos, como você ajustou sua tática?
Na verdade, nos treinos já tínhamos experiência com baterias de 15 e 20 minutos. Como não faz muito tempo que deixei de competir como amador, isso não fez muita diferença para mim. Sabia que em 15 minutos eram duas ondas, e nas finais, com 20 e 25 minutos, ficou ainda melhor. A estratégia de esperar as séries de ondas funcionou bem, especialmente na Macumba, onde havia muitas oportunidades, mas as séries às vezes demoravam.
E qual foi a principal diferença entre competir individualmente e em equipe?
Acho que uma coisa complementa a outra. Primeiro, é preciso pensar em si mesmo, porque um bom desempenho individual ajuda a equipe como um todo. Fora da água, é válido torcer, sinalizar e enviar boas energias para os colegas.
O nível do Mundial Sub 18 estava muito alto, com atletas de diversos países se destacando. Isso te surpreendeu?
Eu já conhecia muitos competidores. O nível surpreendeu muita gente, mas eu já sabia que eles viriam com tudo. Isso me motivou a treinar mais e a competição acirrada estimulou todos a darem seu melhor.
Em uma entrevista anterior ao Waves, você mencionou que a consistência era seu ponto forte. Isso ficou evidente durante suas baterias, em que raramente você errava as manobras. Como conseguiu alcançar esse alto nível de precisão?
Acredito que seja resultado de muito treino. É importante se acostumar a enfrentar situações de risco e tentar manobras, principalmente quando a pressão não está tão alta. Persistir e acertar nos momentos em que não há tanta pressão te prepara para momentos mais tensos e decisivos. E aí quando você precisa a manobra sai naturalmente.
Falando sobre equipamento, você ainda está utilizando a mesma prancha desde a a etapa da divisão de acesso em Matinhos. Fale mais a respeito.
Sim, continuo usando a mesma prancha desde que ganhei o campeonato em Matinhos. É um TBS Round Pin, 6’0″, que se tornou minha favorita no momento.
E para quem está buscando sucesso nas competições, qual conselho você daria?
Com o apoio crescente no Brasil do governo e outras instituições como o COB, acredito que é possível planejar uma carreira olhando não só para o CT, mas também para as Olimpíadas e diversos outros eventos que estão surgindo. O importante é estar preparado e se dedicar ao máximo.
