WSL 2023

A volta do seeding reward

WSL sinaliza retorno do seeding reward ao CT, extinto em 2022 a pedido dos próprios surfistas. Até 2021 novatos tinham chances de evitar confrontos contra Tops logo na terceira fase dos eventos.

João Chianca sofre com corte do meio da temporada, além de ser desfavorecido pela falta do seeding reward em seu ano de estreia.

A regra do seeding reward deve voltar em 2023, como antecipou nosso colunista Tulio Brandão. A World Surf League (WSL) informou ao jornalista que trabalhará neste sentido junto à World Professional Surfers (WPS), especialmente depois de todo o drama e polêmicas envolvendo o corte do meio do ano no circuito mundial.

O seeding reward é uma recompensa dada ao vencedor do round 1, não eliminatório, que possibilita que ele altere a sua posição do seeding, e, com isso, evita que ele cruze com os líderes do ranking precocemente. A exclusão da regra, em 2022, provocou um desequilíbrio grande demais nos confrontos, sobretudo com a inclusão do corte no meio da temporada.

Curiosamente, as duas medidas – o mid season cut e o seeding reward – foram aprovadas em 2020 pelos próprios surfistas, através da entidade que os representa, a World Professional Surfers (WPS).

A decisão pelo fim do seeding reward, de modo inacreditável, foi tomada voluntariamente pelos surfistas, em votação, mesmo diante de opiniões contrárias de parte da WSL e da própria liderança da WPS. Já o mid season cut surge, através de uma iniciativa da Liga, como uma ferramenta aparentemente comercial, uma espécie de marco de meio de temporada, com o objetivo de atrair a atenção do esporte para disputas dramáticas.

O corte promovido no meio da temporada pela WSL e aceito pelos atletas foi um dos temas mais falados nos últimos meses no mundo do surfe. Uma das baixas mais sofridas foi a de João Chianca. O brasileiro encarou duas vezes John John Florence e deu show, apesar de derrotado nas duas ocasiões. Os encontros entre eles reacenderam o assunto sobre o seeding reward.

Até 2021, os novatos tinham a chance de evitar a disputa contra os tops na terceira fase, dependendo do resultado na estreia, mas, nesta temporada, sem o seeding reward, o confronto se tornou inevitável.

Com o seeding reward, na terceira fase, os atletas que estrearam com vitória no evento ficam em posição de vantagem. Além de ser uma forma de incentivar os Tops a vencerem na estreia, não se acomodando apenas com a classificação, a mudança serve para que atletas mal ranqueados no seeding lutem para escapar de adversários mais fortes no terceiro round.

Veterano Owen Wright também é pego pelo corte do meio da temporada, consolado por sua irmã Tyler Wright.

A WSL informou ao colunista Tulio Brandão que a decisão de abolir a regra do Seeding Reward foi tomada pelos próprios surfistas, através da entidade que os representa, a World Professional Surfers (WPS). Segundo reconheceu a própria WSL, por mensagem, “Chianca jamais cairia duas vezes com John John Florence em Pipeline e Bells se a regra estivesse em uso. Ele é apenas um exemplo dos muitos vitimados com esse passo retrógrado. A regra do seeding reward incentiva a performance, premia a vitória e elimina a mesmice de confrontos repetidos acontecerem evento após evento”. Na mesma mensagem, a WSL informa que os surfistas entenderam o equívoco e que a regra deve ser restabelecida em 2023.

A direção da World Professional Surfers (WPS) informou a Tulio Brandão que também foi contra o fim do seeding reward, mas que infelizmente, às vezes, fica limitada e só pode representar o que a maioria dos atletas deseja, em vez daquilo que acha justo. Por mensagem, a WPS reforçou que “a missão principal é preservar a integridade do esporte, apesar da pressão por fazer dele algo sustentável para ambas as partes, liga e players”.

A reunião entre os atletas que validou a ideia do corte e que definiu a alteração na regra do seeding aconteceu no fim de 2021. Os novatos da temporada 2022, além dos surfistas que foram convidados ao longo da nova temporada não participaram da votação.

O que é seeding?

O seeding é uma fórmula que leva em consideração a classificação na temporada anterior até as primeiras seis etapas do atual circuito, sempre de forma decrescente. A partir da sétima etapa do Tour, o seeding passava a ser composto única e exclusivamente pela pontuação da temporada em andamento.

Na primeira etapa, o seeding do atleta era formado pela pontuação no ranking do ano anterior. A partir da segunda etapa, a WSL passava a abater 16,67% da pontuação do ano anterior e a incluir os resultados da temporada em andamento. Quando a sexta etapa era finalizada, os atletas passavam a somar 100% dos pontos do circuito atual.

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