Escola Radical de Santos

Crowd máximo de alunos

Escola Radical de Surf de Santos bate recorde com 600 alunos, comemora Cisco Araña, idealizador do projeto pioneiro no Brasil.

Cisco Arana

“É o ápice. Nós nunca chegamos a um número tão surpreendente”. As palavras, ditas com tom de pura felicidade, são do mestre Cisco Araña, coordenador e idealizador da Escola Radical de Surf de Santos, que vibra com a marca, pela primeira vez, de 600 alunos matriculados nos postos de salvamento 2 e 3 da praia, após o período de lockdown.

“Se nós tivermos um longo caminho aberto, sem nenhum problema à frente relacionado à covid-19, pretendemos chegar a 750 pessoas”, calcula. (Veja sobre inscrições abaixo).

Na Escola Radical do Posto 2, em funcionamento há 30 anos e a primeira pública de surfe do mundo, são atendidos atualmente 468 alunos, sendo 180 do grupo com mais de 50 anos e 288, de oito a 49 anos. Já na Escola Radical de Surfe Adaptado do Posto 3, inaugurada em janeiro de 2020, também pioneira no setor público no mundo com o surfe adaptado para pessoas com deficiência, são 132 no momento.

No posto 2, chama a atenção que no grupo dos maiores de 50, além da prática esportiva, o envolvimento ‘manda embora’ problemas como a solidão. “Ali é um ponto de encontro incrível para eles. Conversam pelo WhatsApp, querem pegar onda juntos, compram suas pranchas”, comenta o professor.

Na escola do posto 3, aberta a pessoas com todos os tipos de patologias, o terapeuta ocupacional Antônio Vasconcelos, o Tom, comenta os avanços dos alunos. “Esse desenvolvimento não visa só as técnicas do surfe, mas também o desenvolvimento em comunicação, interação social, capacidade de entender ordens simples e complexas e a questão do autocuidado”.

“O surfe, por ter um aspecto lúdico, é uma ferramenta maravilhosa favorecida ainda por ser desenvolvida num lugar aberto, a praia”.

Vagas – Em ambas as escolas há fila de espera para matrículas dos cursos regulares para 2022, mas é possível manifestar interesse. No posto 2, as três modalidades atendidas são surfe convencional, bodyboard e longboard. De 3 de janeiro a 25 de fevereiro, também no 2, haverá atividades de verão, com aulas avulsas e inscrições no ato, para a modalidade bodyboard.

Os telefones de contato são 3251-9838 (Posto 2) e 3235-8081 (Posto 3).

As atividades da Escola Radical de Surfe ocorrem por meio de uma Parceria Público Privada (PPP) com a empresa de planos de saúde Blue Med.

Alunos demonstram e comemoram avanços – Portador da síndrome de Willians-Beuren, o office boy Bruno Silva Cordeiro, 32 anos, se destaca na escola de surfe adaptado e comemora que consegue ficar em pé na prancha durante as ondas. “Eu nunca tinha surfado; aqui aprendi e ganhei muita experiência; o surfe agora está para sempre na minha vida e os amigos que fiz aqui também”, revela.

O pai de Bruno, o engenheiro Francisco Carlos Rodrigues Cordeiro, destaca os benefícios para a vida do filho. “Ele já havia praticado diversas atividades, mas foi aqui que ele se encontro, teve uma evolução muito grande até no modo de agir no dia a dia dele”.

O comerciante Miro Ramires, 64, fala sobre a Escola Radical emocionado, em meio a lágrimas. Ele começou em março de 2019 e retomou o plano de surfar que teve que interromper na adolescência. “Eu virei um moleque de novo. Perdi 15 quilos, minha glicemia e colesterol estão em bons padrões. Estou ótimo”, comemora.

Ramires faz o curso uma vez por semana, mas vai à praia surfar agora todos os dias. “Espírito, mente e físico. Só quem está aqui sabe o que é”, salienta.

A jornalista Andrea Paixão Araújo, 54, completou dois anos também na Escola Radical. “Eu sempre me senti incapaz. Não tinha confiança, achava que nunca conseguiria me equilibrar em uma onda e a sensação é indescritível, é maravilhosa. Dá autoconfiança. Dá alegria ver as pessoas surfando à sua volta. Gosto dos benefícios que trazem o mar, pelo contato com a água salgada, com o meio ambiente e a natureza através dos peixes, que por vezes estão nadando do lado da gente”, afirma.

Fonte Prefeitura de Santos.

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