Um dos maiores do mundo

Mudanças em correntes rompem iceberg

Mudanças em correntes marítimas explicam rompimento de um dos maiores icebergs do mundo.

Iceberg quando se separou do continente antártico em imagem visível e térmica.

Um dos maiores icebergs que já se teve registro, chamado A68a, se rompeu em 2020. Dois anos após o evento, cientistas descobriram a causa de sua ruptura, voltando no tempo através de imagens de satélites. O motivo da fratura foi uma rápida mudança nas correntes marítimas no sul do Oceano Atlântico.

O evento aconteceu próximo a ilha Geórgia do Sul, entre a Patagônia e a Antártida. Um primeiro rompimento já havia acontecido porque a base do bloco de gelo atingiu o fundo do oceano, mas a segunda quebra foi, por muito tempo, um enigma.

O mistério se deu pois, neste caso, o iceberg flutuava em águas abertas e muito mais profundas. Cientistas da Universidade de Princeton hipotetizaram que a fratura foi causada pela diferença de velocidade entre duas correntes marítimas que passavam pelo bloco de gelo.

A hipótese foi testada por simulações computacionais e o resultado foi positivo: quando uma corrente muito rápida exerce força sobre uma porção do iceberg e uma mais fraca não corresponde a essa força, a estabilidade dele é comprometida. Porém, o fenômeno não é comum, já que o iceberg deve ser enorme para estar em duas correntes ao mesmo tempo.

As origens do iceberg A68a

O iceberg A68a, na verdade, já era fruto de um rompimento. A enorme massa de gelo era ainda maior quando se separou da Plataforma de Gelo de Larsen, na Antártida, se estendendo por uma área de quase 6.000 quilômetros quadrados — área um pouco maior que todo o Distrito Federal.

O iceberg original, chamado de A68, começou a flutuar pelo oceano em 2017. Foi entre 2018 e 2019 que ele sofreu a sua primeira fratura. Os pedaços resultantes foram denominados A68a e A68b.

Estima-se que o derretimento total do A68 tenha acrescentado cerca de 1 trilhão de toneladas de água ao oceano, contribuindo para o aumento do nível d’água no mundo.

Fonte Canaltech

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