Made in China

Trump taxa as pranchas

Na tentativa de impulsionar o mercado local, Donald Trump cria imposto de 10% sobre pranchas produzidas na China.

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Donald Trump tenta frear a produção de pranchas na China.

A decisão de Donald Trump, presidente dos EUA, de aplicar 10% de imposto em pranchas importadas da China convenceu fabricantes a retirar a produção do país asiático, mas não de voltar aos Estados Unidos, o que era um dos objetivos iniciais do presidente ao aplicar a tarifa.

Regras ambientais rigorosas e o alto custo de mão-de-obra forçaram dezenas de fabricantes do sul da Califórnia a migrar para a China nas últimas décadas. Agora, eles prometem procurar lugares como Tailândia e Vietnã para abrir novas fábricas e manter o custo de produção baixo.

“Isso costumava ser uma surf city”, diz Sue Bowers, gerente geral da Southern California Sports Industries, sediada em Orange County. “Gostaríamos de ter nossa produção aqui, mas há muitas coisas que ainda precisam mudar antes que possamos trazer os empregos de volta”, acrescenta Bowers, referindo-se aos custos trabalhistas dos EUA e às regras anti-poluição aplicadas na fabricação de pranchas.

Em 2018, mais de 916 mil pranchas de surfe foram importadas pelos EUA, em comparação com 102.850 em 2004, quando o censo local começou a coletar esse tipo de dado. Essas pranchas importadas agora respondem por mais de 90% das vendas do mercado interno dos EUA.

A China foi a responsável por 67% das pranchas de surfe que chegaram aos EUA no ano passado. Críticos das tarifas de Trump dizem que o foco em apenas um país encoraja os fabricantes a mudarem de emprego para outros países asiáticos.

Países como Tailândia e Vietnã já estavam criando nichos de mercado com salários por hora que, segundo dados da Euromonitor International, correspondem a metade dos pagos na China e são até 19 vezes menores que os dos EUA.

A gigante Firewire, original da Califórnia, é um grande exemplo do que vem acontecendo na Califórnia. Ela transferiu a produção de suas pranchas para a Tailândia depois de fechar a fabricação norte-americana em 2008.

Fonte The Chronicle Herald