Óleo no Nordeste

Voluntários correm risco

Especialistas alertam sobre a necessidade de se proteger adequadamente para evitar que o contato com o petróleo traga prejuízos à saúde.

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Voluntários recolhem óleo sem a proteção adequada na Praia de Suape, Cabo de São Agostinho (PE).

Centenas de voluntários trabalham na remoção das toneladas de óleo cru que atingem o litoral do Nordeste e contaminam diariamente mar, areia, corais e mangues da região.

Segundos dados do Ibama, as manchas já chegaram a 200 praias dos nove estados da região, além de 12 importantes unidades de conservação, dezenas de ilhas protegidas e comunidades pesqueiras.

Os responsáveis pelo vazamento ainda não foram descobertos e, enquanto isso, pessoas com vontade de ajudar estão colocando a própria saúde em risco, alertam especialistas.

“Petróleos que possuem mais benzeno em sua composição podem, em casos mais graves, provocar alterações neurológicas e até leucemia”, diz Anthony Wong, diretor do Centro de Assistência Toxicológica da Universidade de São Paulo (USP).

Segundo o especialista, os voluntários precisam de equipamentos de proteção básicos, como luvas e botas. Além disso, devem utilizar máscara e calça comprida.

O material é tóxico e a exposição por contato com a pele ou ingestão é grave. O óleo cru  pode desencadear doenças de pele e a inalação dos gases liberados com a vaporização do petróleo também pode levar a doenças respiratórias, como bronquite e asma.

No entanto, ainda há muitos voluntários trabalhando sem a segurança necessária. “Tem gente que se melou toda de óleo”, conta a estudante de Educação Física Louise Foster, que faz limpeza voluntária na Praia de Itapuama, no Cabo de Santo Agostinho.

Como se proteger:

Os voluntários precisam de equipamento de proteção básico, como luvas e botas. Além disso, devem utilizar máscara e calça comprida. O petróleo pode causar problemas de saúde em caso de inalação, ingestão ou contato com a pele.

Como limpar:

As pelotas sólidas podem ser recolhidas com as mãos (com uso de luvas), vassouras, rodos, rastelos e pás. Se não for possível guardar os resíduos em local pavimentado e coberto, mantê-los, pelo menos, acima da linha de maré alta.

Evitar recolher areia e outros materiais junto com as pelotas de óleo, para não aumentar o volume de lixo gerado. Em hipótese alguma o óleo pode ser enterrado ou misturado com outros tipos de resíduos.

As pelotas podem ser colocadas temporariamente em baldes forrados com sacos plásticos. Quando o saco estiver cheio, deve ser guardado em local pavimentado e coberto, separado do lixo comum, até sua remoção pela prefeitura ou empresa especializada.

Fonte O Estado de S.Paulo