Ilhabela

Orcas avistadas na costa

Equipe do Instituto Argonauta avista oito baleias orcas em busca de alimento na região de Ilhabela (SP) e ressalta a importância da preservação.

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Grupo de oito orcas com dois filhotes busca alimento na região de Ilhabela.Manuel da Cruz Albaladejo
Grupo de oito orcas com dois filhotes busca alimento na região de Ilhabela.

A equipe do Instituto Argonauta para Conservação Costeira e Marinha avistou na última quarta-feira (30) um grupo de oito orcas (Orcinus orca), entre eles dois filhotes, no lado sul de Ilhabela, litoral norte paulista, logo após a Ponta da Sela.

De acordo com o biólogo do Argonauta Manuel da Cruz Albaladejo, a instituição já vem acompanhando as informações sobre o grupo de orcas desde domingo, dia 27, quando passaram por Ilha Grande, em Angra dos Reis (RJ). Em seguida houve um registro na região da Ilha das Couves, em Ubatuba (SP), e no dia 29, na baía de Castelhanos, em Ilhabela.

Finalmente nesta quarta, os animais foram avistados a partir de um ponto fixo no costão dos Borrifos, sul da Ilha. “O instituto VIVA Baleias, Golfinhos e cia. nos informou sobre o avistamento nesse ponto, e foi então que conseguimos localizá-las”, detalha o biólogo.

Entre o grupo de baleias haviam dois filhotes.Manuel da Cruz Albaladejo
Entre o grupo de baleias haviam dois filhotes.

O biólogo ainda explicou que os dois filhotes que foram avistados estavam se alimentando de uma raia borboleta, o que indica que eles estão na região em busca de comida. Infelizmente, uma das orcas estava com dois ferimentos: um após a nadadeira dorsal e outro próximo ao pedúnculo caudal, o que pode ser um indicativo de colisão com embarcação ou com redes.

A bióloga Carla Beatriz Barbosa, que compõe a diretoria do Instituto Argonauta, explica que as orcas não são baleias, e que na verdade pertencem à família dos golfinhos. Destaca que não são assassinas, e que na verdade são exímias caçadoras. “Elas se alimentam de peixes, tartarugas, focas, tubarões e até animais maiores, como as baleias, quando caçam em grupo”, detalha. Carla Barbosa também reforça que o Projeto de Avistagem de Mamíferos Marinhos é desenvolvido pelo Instituto Argonauta na região.

Presidente do Instituto Argonauta, o oceanógrafo Hugo Gallo Neto ressalta que as orcas são animais maravilhosos e que visitam a região todos os anos. No entanto, ele manda um aviso aos navegantes. “É importante lembrar aos marinheiros e mestres de embarcações na região que a aproximação a menos de 100 metros de qualquer cetáceo com o motor ligado é infração, de acordo com a portaria número 117/96 do IBAMA”, finaliza.

O oceanógrafo lembra que, para a segurança de pessoas e dos animais, deve ser respeitada pelos navegantes e mergulhadores o disposto na PORTARIA IBAMA N° 117, 26 DE DEZEMBRO DE 1996, que proíbe para todas as embarcações navegando em águas jurisdicionais brasileiras, os seguintes pontos:

a) aproximar-se de qualquer espécie de Baleia e Golfinho com motor ligado a menos de 100m de distância do animal mais próximo;
b) religar o motor antes de avistar claramente os animais na superfície ou a uma distância de, no mínimo, de 50m da embarcação;
c) perseguir, com motor ligado, qualquer cetáceo por mais de 30 minutos, ainda que respeitadas as distâncias supra estipuladas;
d) interromper o curso de deslocamento de cetáceo (s) de qualquer espécie ou tentar alterar ou dirigir esse curso;
e) penetrar intencionalmente em grupos de cetáceos de qualquer espécie, dividindo-o ou dispersando-o;
f) produzir ruídos excessivos, tais como música, percussão de qualquer tipo, ou outros, além daqueles gerados pela operação normal da embarcação, a menos de 300m de qualquer cetáceo;
g) despejar qualquer tipo de detrito, substância ou material a menos de 500m de qualquer cetáceo, observadas as demais proibições de despejos de poluentes em Lei.
O artigo 3º da Portaria ainda veda “a prática de mergulho ou natação, com ou sem auxílio de equipamentos, a uma distância inferior a 50m de baleia ou golfinho de qualquer espécie.

Saiba como proceder ao encontrar estes animais durante uma navegação.

Sobre o Argonauta

O @institutoargonauta foi fundado em 1998 pela Diretoria do Aquário de Ubatuba e reconhecido em 2007 como OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público). O Instituto tem como objetivo a conservação do Meio Ambiente, em especial a conservação dos ecossistemas costeiros e marinhos.

Para isso, apoia e desenvolve projetos de pesquisa, resgate e reabilitação da fauna marinha, educação ambiental e resíduos sólidos no ambiente marinho, dentre outras atividades.

Para acionar o serviço de resgate de mamíferos, tartarugas e aves marinhas, vivos debilitados ou mortos, entre em contato pelos telefones 0800-642-3341 ou diretamente para o Instituto Argonauta: (12) 3833.4863 – 3833.5789/ (12) 3834.1382 (Aquário de Ubatuba)/ (12) 3833.5753/ (12) 99705.6506 e (12) 99785.3615 – WhatsApp.