Espécie mais rápida

Tubarão visto na Praia Grande

Tubarão-anequim é filmado por pescadores próximo à Praia da Aviação, Praia Grande (SP).

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Pescadores de Praia Grande, no litoral de São Paulo, conseguiram gravar em vídeo um tubarão-anequim (Isurus oxyrinchus), considerado o mais veloz dos tubarões do mundo. O encontro foi registrado nas proximidades da praia da Aviação na tarde de ontem. Os indivíduos adultos dessa espécie podem nadar a mais de 70 km/h e possuem entre 3,3 a 4,4 metros de comprimento.

O pescador Juari Alves da Silva, que estava acompanhado de dois colegas em um barco no momento do avistamento, informou que o animal estava seguindo em direção ao Canto do Forte, mas que em dado momento partiu em direção ao alto mar.

“Deu para ver a barbatana de longe, o mar estava bem ‘liso’ [sem ondas]. Quando chegamos perto, vimos que era um cação [filhote]. Na hora deu pra ver que era um anequim. Fazia tempo que não via um desse, acho que desde que comecei na pesca vi um, mas depois não vi mais”.

O tubarão-anequim ou tubarão-mako é considerado por especialistas o tubarão mais rápido do mundo, sendo um excelente nadador e podendo chegar aos 72 km/h em curtas distâncias. Ele vive em águas temperadas e pode alcançar uma profundidade de 900 metros.

Espécie mede até 4,4 metros.

O biólogo Otto Bismarck, professor doutor da Unesp e especialista em tubarões, afirmou ao UOL que, pelas imagens do vídeo, é possível perceber claramente, pela parte de trás do corpo e pelos tons levemente azulados da coloração, que o tubarão avistado pelos pescadores é mesmo um espécime da família Lamnidae, com “grande possibilidade” de ser o anequim.

“Essa é uma espécie que normalmente vive mais afastada da costa, mas no verão não raramente é vista nas proximidades das praias em nosso litoral. Existem muitas imagens desse animal perto da praia em outros pontos do litoral de São Paulo ao longo dos últimos anos”, afirma o especialista.

Entre as razões para o anequim se aproximar da costa, estão as correntes marinhas, que podem “empurrar” o animal em direção às praias. “Outra razão é que os espécimes menores desta espécie encontram perto da costa uma área mais propícia para se alimentar e se proteger de predadores em alto mar”.

Os acidentes envolvendo anequins não são comuns. O último caso, que surpreendeu pescadores e especialistas, ocorreu em 2016, no Rio Grande do Sul, quando um pescador foi atacado e morto por um tubarão dessa espécie após ser pescado, já dentro do barco.

Fonte UOL