Erupção nas Canárias

Lava devasta pico

Erupção do vulcão Cumbre Vieja atinge praia com ondas mágicas nas Ilhas Canárias.

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Praia é coberta por massa de lava quente.

A erupção do vulcão Cumbre Vieja, da ilha espanhola de La Palma, nas Ilhas Canárias, teve efeito devastador sobre um dos principais cartões postais da área: a Praia de Los Girres, um dos trunfos locais para atrair surfistas.

A praia foi coberta por uma massa de lava quente de dimensões de aproximadamente 500 metros de largura por 700 metros de comprimento. Segundo o jornal El País, ao entrar em contato com o mar, o magma se transforma em algo semelhante ao vidro.

“Era uma onda mágica, mágica de verdade. E nem mesmo o vento a mudava: estava protegida pelas falésias que a cercavam. Era a praia perfeita para todos os tipos de surfistas, porque tinha pouca profundidade, e por isso a lava está se acumulando tão rápido ali”, disse o presidente da federação de surfe das Ilhas Canárias, Ángel Lobo.

Lobo também afirmou que as águas da praia eram tidas como “cristalinas” e lamentou que a lava do vulcão tenha alterado isso no local.

A emissão de gases do vulcão, que envolve o contraste térmico entre a lava e o mar, é composta de vapor de água e ácido clorídrico. Além disso, o contato do magma com o oceano originou uma fissura a 475 metros da costa, com profundidade de 30 metros e superfície de 27,7 hectares.

Desde que entrou em erupção, há duas semanas, o vulcão já expeliu 80 milhões de metros cúbicos de magma e afetou ao menos 1.005 construções — muitas residenciais —, das quais 885 foram destruídas.

Tsunami no Brasil?

Apesar dos alertas emitidos, o risco de um cenário de forte atividade não se confirmou e a erupção verificada é considerada modesta. Autoridades não emitiram alerta de tsunami para qualquer parte do mundo associada ao vulcão.

O fenômeno, antes mesmo de ocorrer, levou a emissão de um “alerta amarelo de risco”, o que chegou a provocar inclusive o temor da formação de tsunamis que poderiam atingir a costa brasileira, principalmente o litoral setentrional, formado por Ceará, Rio Grande do Norte e nordeste do Maranhão.

A Rede Sismográfica Brasileira (RSBR) destacou que, mesmo após o início da ação eruptiva em La Palma, “o risco para o Brasil segue muito baixo” e que não houve nenhum alerta de tsunami.