Sydney Surf Pro

Funil aperta em Manly

Miguel Pupo e outros seis brasileiros avançam às oitavas do QS 6.000 em Manly Beach, Austrália; Silvana Lima também segue na briga.

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Miguel Pupo garante vaga nas oitavas do QS 6.000 em Manly, Austrália.

O Brasil confirmou maioria mais uma vez na busca pelo segundo título consecutivo no QS 6000 Vissla Sydney Surf Pro na Austrália, vencido pelo paulista Jessé Mendes no ano passado. Na sexta-feira de ondas pequenas em Manly Beach, oito passaram para as oitavas de final, o pernambucano Ian Gouveia, os cearenses Michael Rodrigues e Silvana Lima, os paulistas Miguel Pupo, Wiggolly Dantas e Deivid Silva, o catarinense Alejo Muniz e o paranaense Peterson Crisanto. A expectativa é de que no fim de semana o mar fique épico em Manly Beach, com altas ondas para definir os campeões do segundo QS 6000 seguido na Austrália.

Mas, na sexta-feira elas estavam bem pequenas, com meio metrinho de altura, porém com algumas esquerdas abrindo paredes lisinhas para as manobras de borda e aéreas também. O problema era o grande intervalo entre as séries, com poucas entrando para dividir entre três competidores nas baterias. Era preciso ter paciência para escolher bem as melhores e não desperdiçar as poucas chances de surfar.

O paulista Miguel Pupo foi o primeiro a se classificar. Ele e o potiguar Jadson André dominaram a bateria, mas nos minutos finais o sul-africano Beyrick De Vries achou as ondas para vencer com notas 7,10 e 5,33. Foi por pouco, apenas 12,43 a 12,40 pontos de Pupo, que já entrou no grupo dos dez surfistas que o WSL Qualifying Series classifica para o CT. O potiguar Jadson André já defendia vaga no G-10, mas acabou eliminado com 11,77 pontos nas duas melhores ondas que conseguiu surfar na bateria.

Miguel Pupo agora vai abrir as oitavas de final e ele é a única esperança do Brasil liderar o ranking do QS neste início de temporada. Ele vai enfrentar o número 1, Mikey Wright, precisando ganhar o campeonato para isso, ou seja, terá que parar o australiano que vem embalado da vitória no Surfest Newcastle no domingo passado. Depois, tem Alejo Muniz contra o havaiano Keanu Asing na terceira bateria e na quarta acontece um duelo brasileiro entre Michael Rodrigues e Wiggolly Dantas.

Wiggolly Dantas encara Michael Rodrigues na próxima fase.

Na chave de baixo, que vai apontar o segundo finalista do QS 6000 Vissla Sydney Surf Pro, estão mais três brasileiros. Na quinta bateria, Deivid Silva disputa vaga nas quartas de final com o italiano Leonardo Fioravanti. No duelo seguinte, Ian Gouveia enfrenta o taitiano Mihimana Braye e Peterson Crisanto fecha as oitavas de final contra o havaiano Joshua Moniz. Nas oitavas de final do QS 6000 feminino, Silvana Lima disputa a penúltima bateria com a neozelandesa Ella Williams.

A sexta-feira começou pela quarta fase masculina e quatro brasileiros já estavam garantidos nas oitavas de final nos dois confrontos 100% verde-amarelos que foram formados pelos resultados da quinta-feira. Em apenas duas baterias não tinha algum brasileiro disputando classificação. Na primeira bateria do dia, os australianos dominaram o pico e não sobrou nada de ondas para o jovem Mateus Herdy. O líder do QS 2018, Mikey Wright, ganhou notas 8,33 e 7,33 para vencer por 15,66, contra 15,20 da soma do 7,93 com 7,27 recebidos por Reef Heazlewood. O catarinense só conseguiu 8,14 pontos nas duas notas computadas.

No segundo confronto do dia, entram dois brasileiros que estavam na elite do CT até o ano passado. Mas, o sul-africano Beyrick De Vries acabou saindo do mar em primeiro lugar, com Miguel Pupo ganhando a briga pela segunda vaga do potiguar Jadson André. Na bateria seguinte, outro ex-top do CT, Wiggolly Dantas, despachou o campeão do QS 2017, Griffin Colapinto, dos Estados Unidos, na batalha vencida pelo havaiano Keanu Asing.

Jadson André está fora da briga.

BATERIAS BRASILEIRAS – Depois vieram as duas baterias seguidas 100% brasileiras em plena Austrália. Na primeira, o novo top do CT, Michael Rodrigues, achou a melhor onda da bateria para vencer por 13,70 pontos. Junto com o cearense, avançou o catarinense Alejo Muniz com 10,70, contra apenas 6,50 do paulista Alex Ribeiro, que só conseguiu surfar uma onda no mar difícil da sexta-feira, com poucas séries entrando nas baterias.

A disputa seguinte foi mais acirrada e o paulista Deivid Silva passou em primeiro lugar com 13,26 pontos. O pernambucano Ian Gouveia passou em segundo com 11,97, superando por pouco os 11,60 totalizados pelo baiano Bino Lopes. Duas baterias depois, o paranaense Peterson Crisanto fechou mais um dia com o Brasil conquistando a maioria das vagas disputadas em Manly Beach. Ele superou o australiano Shane Campbell por 12,00 a 11,27 para passar em segundo na vitória francesa de Maxime Huscenot por 14,60 pontos.

Com os 6.000 pontos do título em Sydney, todos têm chances matemáticas de entrar no grupo dos dez que se classificam para o CT pelo ranking do QS. No momento, após os resultados da sexta-feira em Manly Beach, dois brasileiros aparecem no G-10, Miguel Pupo em sétimo lugar e Jadson André em nono, mas o potiguar deve sair da lista por já ter sido eliminado na 17.a posição. Ele marcou 1.050 pontos no ranking, 500 a menos dos que se classificaram para as oitavas de final.

QS 6000 FEMININO – No QS 6000 feminino, duas sul-americanas disputaram vagas para as oitavas de final do Sydney Women´s Surf Pro na tarde da sexta-feira em Manly Beach. A peruana Melanie Giunta batalhou bastante pela classificação, lutando contra duas havaianas até o fim da bateria, mas não conseguiu achar ondas com potencial para tirar a nota que precisava. A peruana chegou a sofrer forte marcação de Bailey Nagy nos minutos finais da bateria, que garantiu assim a pequena vantagem de 9,66 a 9,00 pontos de Melanie Giunta. A top do CT, Malia Manuel, venceu com 12,84 nas suas duas melhores ondas.

Na bateria seguinte, a estrela brasileira do CT, Silvana Lima, confirmou o favoritismo com mais uma vitória em Manly Beach. Ela atacou forte duas ondas seguidas que renderam notas na casa dos 7 pontos para confirmar o primeiro lugar com 14,40, contra 13,70 da norte-americana Alyssa Spencer e 12,13 da australiana Mikaela Greene, eliminada da competição. No sábado, a adversária da cearense na sétima oitava de final será a jovem neozelandesa Ella Williams.

Com a classificação, Silvana Lima garantiu um mínimo de 1.550 pontos no QS e já subiu da 14.a para a nona posição no ranking que indica seis surfistas para completar a elite das top-17 que disputa o título mundial no World Surf League Championship Tour. Já a peruana Melanie Giunta, que ficou em 17.o lugar no Sydney Women´s Surf Pro, saiu da 35.a para a 31.a posição com os 1.050 pontos recebidos no segundo QS 6000 da Austrália.