Montañita Open

Brasileiros avançam no Equador

Brasileiros vencem maioria das baterias da segunda fase do QS em Montañita.

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Silvana Lima está garantida na segunda fase.

As ondas baixaram um pouco na quinta-feira (17), mas Montañita seguiu apresentando boas condições para realizar mais dezoito baterias do Montañita Open.

Foram realizadas as oito baterias da rodada inicial feminina, com as 32 surfistas de 7 países estreando na primeira das duas etapas seguidas da WSL Latin America no Equador. Depois, 40 competidores de 7 países, disputaram dez confrontos da segunda fase masculina.

O brasileiro Alejo Muniz e a peruana Sol Aguirre fizeram os recordes do segundo dia, mas a torcida equatoriana também vibrou com as vitórias da bicampeã sul-americana Dominic Barona e de Jonathan Zambrano, que eliminou o cabeça de chave número 1 desta etapa do WSL Qualifying Series, o brasileiro João Chianca.

A segunda fase masculina tem 16 baterias e a 11º ficou para abrir a sexta-feira (18), às 8h na Província de Santa Elena, no Sul do Equador, 10h no Brasil.

Sol Aguirre é destaque

As meninas estrearam na quinta-feira e a havaiana Summer Macedo venceu o primeiro confronto do dia. O segundo terminou com dobradinha brasileira de Isabela Saldanha e Julia Duarte sobre duas equatorianas.

Na terceira bateria, a jovem peruana Sol Aguirre, bicampeã sul-americana Pro Junior Sub 18 da WSL Latin America em 2017 e 2018, fez as marcas a serem batidas no campeonato. Ela iniciou bem com nota 5,50 e na segunda onda conseguiu 6,50. Mas, mostrou toda a potência do seu surfe na quarta direita que surfou. Sol atacou as partes mais críticas da onda com muita força para receber nota 7,50, totalizando imbatíveis 14,00 pontos entre as meninas.

Sol Aguirre faz somatório de 14 pontos, recorde entre as meninas.

“Eu estava ansiosa esperando este momento para competir e sei que esse é um campeonato importante, mas me concentrei só em surfar bem minhas ondas. Esse era o meu plano e funcionou”, diz Sol Aguirre. “Eu já vim várias vezes à Montañita e isso me dá mais confiança. Estes dois campeonatos aqui no Equador são os mais importantes para mim esse ano. Aqui se define tudo para o Challenger Series e estou super focada para conseguir bons resultados, onda por onda, bateria por bateria, para atingir meu objetivo”.

Sol Aguirre ocupa a terceira posição no ranking da WSL Latin America, que indica cinco surfistas para as etapas do Challenger Series, que vão definir as vagas para a elite do World Surf League Championship Tour de 2022. Ela agora vai enfrentar a líder do ranking, a também peruana Daniella Rosas, que ganhou o confronto seguinte. “Vou enfrentar a Daniella, a Lucia (Indurain) e a Julia (Duarte), então será uma bateria superforte. Mas, é para isso que venho treinando, para enfrentar competidoras fortes e estou pronta para a batalha”.

Atletas olímpicas

As duas melhores de cada bateria da segunda fase feminina já avançam para as quartas de final, quando o formato da competição muda para os confrontos diretos, com apenas duas surfistas se enfrentando. Daniella Rosas é a atual campeã sul-americana da WSL Latin America e também estreou com vitória, mas sem pegar ondas tão boas como Sol Aguirre.

O mesmo aconteceu com a surfista local de Montañitas, Dominic Barona, que tem dois títulos sul-americanos no currículo, de 2011 e 2018. Ela e Daniella estão classificadas para a estreia do surfe nas Olimpíadas de Tóquio.

“Estou superfeliz e emocionada em poder finalmente competir em um evento internacional do QS em minha casa”, destaca Mimi Barona. “Essa não é a melhor época de ondas do ano, mas Montañita sempre tem boas ondas e estou feliz, porque muitas amigas e amigos estão aqui conhecendo minha praia. O meu objetivo é ganhar esta etapa, mas vou me concentrar bateria por bateria, passo a passo, para tentar chegar lá”.

Tainá Hinckel supera Silvana Lima na primeira fase.

Dominic Barona está em sexto lugar no ranking da WSL Latin America, numa briga direta por vaga no Challenger Series com a quinta colocada, Silvana Lima. A brasileira fez parte da elite mundial da World Surf League até 2019 e também vai disputar as Olimpíadas de Tóquio. Silvana estreou depois da equatoriana e começou bem, com nota 7,00 em sua primeira onda.

Mas, a jovem campeã sul-americana Pro Junior da WSL Latin America em 2016 e 2019, Tainá Hinckel, foi precisa na escolha das ondas. A catarinense só surfou as duas que são computadas no resultado e elas abriram a parede para manobrar forte, atacando todo espaço da onda com força e fluidez, somando notas 6,25 e 5,25 para superar Silvana Lima por 11,50 a 11,25 pontos. As duas passaram para a segunda fase.

A jovem Tainá vai disputar duas vagas para as quartas de final com a experiente Dominic Barona e duas peruanas, Melanie Giunta e Arena Rodriguez Vargas. Silvana Lima foi para a última bateria, com a número 4 no ranking da WSL Latin America, Josefina Ané, a também argentina Coco Cianciarulo e a porto-riquenha Andrea Vlieg.

Alejo Muniz é recordista absoluto

Depois da abertura do QS 1000 feminino do Montañita Open, foi iniciada a segunda fase masculina, quando entram dos 32 cabeças de chave mais bem colocados no ranking mundial da World Surf League. E já começou forte, com o único participante que já fez parte da elite do Championship Tour, Alejo Muniz, se tornando o recordista absoluto no point break de direitas de Montañita.

Alejo Muniz faz maior somatório de todo evento, com 14,50 pontos.

Ele liderou a bateria desde a primeira onda que surfou e valeu 6,25. Mas, deixou o melhor para o fim, escolhendo uma boa onda que abriu a parede para fazer uma série de manobras com grandes leques de água. Os juízes deram a primeira nota no critério excelente para ele, 8,25. Com ela, totalizou 14,50 pontos, batendo os 14,00 da peruana Sol Aguirre e os 13,00 do recorde do equatoriano Santiago Garcia na quarta-feira.

“É a primeira vez que venho para cá e estou muito feliz aqui no Equador. Meu irmão Santiago (Muniz) que também compete, já tinha vindo antes, meu pai também, sempre falaram muito bem e estava com muita vontade de conhecer”, diz Alejo Muniz. “Esse é o meu primeiro campeonato depois da pandemia e estou muito feliz. Apesar de competir há muitos anos, talvez por ter ficado tanto tempo parado, fiquei um pouco nervoso no início da bateria. Mas, fiquei feliz por ter conseguido pegar boas ondas”.

No momento, Alejo está fechando a lista dos dez surfistas que o ranking da WSL Latin America indica para o Challenger Series e quer garantir seu nome, para tentar recuperar a vaga no CT esse ano. “Eu estive na elite do CT por seis anos e quero voltar, então estou muito contente por ter avançado, porque esse campeonato é muito importante. Estou na zona de corte da classificação para as etapas de 10.000 pontos (Challenger Series), então é importante eu passar o máximo de baterias que puder nestes dois eventos aqui do Equador”.

Atletas olímpicos

Um dos surfistas que ameaçam sua vaga é o argentino Leandro Usuña, que está em 16º lugar no ranking. Ele é um dos três participantes do evento classificados para as Olimpíadas de Tóquio 2020 no Japão. Os três competiram em baterias quase seguidas. O chileno Manuel Selman foi barrado na quarta, pelo brasileiro Marcos Correa e o equatoriano Snaider Parrales. O argentino entrou na quinta e estreou com vitória sobre o brasileiro Ryan Kainalo, com ambos eliminando dois surfistas do Equador.

Argentino Leandro Usuna supera o brasileiro Ryan Kainalo.

“Há muitos anos eu venho para o Equador e só tenho boas memórias daqui”, revela Leandro Usuña. “É muito bom poder voltar a Montañita, rever grandes amigos, esse povo sempre com tanta energia, com tantas ondas boas e é lindo estar aqui correndo um evento internacional. Eu só tenho que agradecer a WSL e a todos os patrocinadores deste evento, que é importantíssimo para nós. Quero também agradecer a minha família, minha mulher, filha, amigos e meus pais, que estão assistindo o evento e torcendo por mim”.

O terceiro atleta olímpico a competir foi o peruano Lucca Mesinas, que derrotou três brasileiros na sétima bateria, Pedro Neves, Theo Fresia e Igor Moraes. Os dois últimos saíram da briga pelo título em Montañita. Lucca já foi campeão do ranking regional da WSL North America e do Panamericano de Lima em 2019 no Peru, quando garantiu sua vaga nas Olimpíadas de Tóquio.

“Estou superfeliz em estar de volta a Montañita, que é um lugar lindo, com gente muito boa e gosto muito de vir para cá”, diz Mesinas. “Eu sou de Mancora, que é perto daqui e sempre venho para cá com minha família para surfar direitas, porque no norte do Peru só tem esquerdas. Também é muito bom surfar em água quente, apesar de que hoje está até um pouco mais fria, mas estou feliz em estar aqui competindo um evento da WSL”.

Surpresa equatoriana

Na bateria seguinte, o jovem Samuel Pupo brilhou fazendo o segundo maior placar do dia entre os homens, 12,50 pontos somando uma nota 7,00 da sua melhor onda. E Pedro Bianchini completou uma dobradinha brasileira sobre dois equatorianos, Israel Barona e Adrian Dapelo. Mas, a vingança veio rápido, com Jonathan Zambrano sendo a surpresa do dia, ao eliminar o cabeça de chave número  um do campeonato, o atual campeão sul-americano João Chianca.

Samuel Pupo garante segundo maior placar do dia.

“Antes de tudo, quero agradecer a todos do Equador que estão nos apoiando pela transmissão ao vivo na internet e quem veio aqui na praia também”, diz Jonathan Zambrano. “Este é um campeonato incrível que há muito tempo não tínhamos no Equador e estou superfocado. Estávamos esperando por isso e é um aprendizado para nós, competir um evento de categoria mundial. Estou feliz por ter passado minha bateria, que foi bem difícil, pesada, com surfistas de alto nível, como o Chumbinho (João Chianca). Foi uma grande emoção para mim e para o público do Equador, que está aqui nos apoiando dia a dia. Minha esperança é chegar na final e estou com muita vontade, muita garra, para conseguir isso”.

Esta foi a única vitória equatoriana nas dez baterias da segunda fase. Apenas ele e Snaider Parrales se classificaram para a terceira fase e oito foram eliminados, mas ainda tem três nas baterias que ficaram para a sexta-feira. Os brasileiros ganharam a maioria dos confrontos na quinta, seis contra duas vitórias da Argentina, uma do Equador e uma do Peru. Se o Equador perdeu oito surfistas, o Brasil teve sete saindo da briga do título também.

Próximas baterias do Montañita Open 2021

Feminino

1 Summer Macedo (HAV), Jolari Carreras (PRI), Isabela Saldanha (BRA), Naire Marquez (BRA)

2 Daniella Rosas (PER), Sol Aguirre (PER), Julia Duarte (BRA), Lucia Indurain (ARG)

3 Dominic Bartona (ECU), Melanie Giunta (PER), Tainá Hinckel (BRA), Arena Rodriguez Vargas (PER)

Silvana Lima (BRA), Josefina Ané (ARG), Coco Cianciarulo (ARG), Andrea Vlieg (PAN)

Segunda fase

11 Victor Bernardo (BRA), Kaue Germano (BRA), Luan Carvalho (BRA), Darshan Antequera (CRI)

12 Matheus Navarro (BRA), Vitor Ferreira (BRA), Felipe Oliveira (BRA), Andy Chacon (CRI)

13 Rafael Teixeira (BRA), Luan Hanada (BRA), Raul Rios (PER), Gustavo Borges (BRA)

14 Eduardo Motta (BRA), Uriel Sposaro (BRA), Alex Suarez (ECU), João Ricardo (BRA)

15 Edgard Groggia (BRA), Santiago Muniz (ARG), Carlos Gonçalves (ECU), Jose Loor (ECU)

16 Marco Giorgi (URY), Pericles Dimitri (BRA), Luis Lopez (PAN), Gustavo Dvorquez (CHL)

Terceira fase

Alejo Muniz (BRA), Robson Santos (BRA), Gabriel A. Vargas (PER), Snaider Parrales (ECU)

Marcos Correa (BRA), Jose Gundesen (ARG), Roberto Araki (CHL), Kim Matheus (BRA)

3 Leandro Usuna (ARG), Renan Peres Pulga (BRA), Pedro Neves (BRA), Pedro Bianchini (BRA)

Samuel Pupo (BRA), Lucca Mesinas (PER), Guillermo Satt (CHL), Ryan Kainalo (BRA)

5 Jonathan Zambrano (ECU), Diego Aguiar (BRA), 2º da 11º e 12º baterias da segunda Fase

Wesley Leite (BRA), Leo Casal (BRA), 1º da 11º e 12º baterias da segunda fase

Resultados da quinta-feira

1 1 Summer Macedo (HAV), 2 Lucia Indurain (ARG), 3 Yasmin Dias (BRA), 4 Kalea Gervasi (PER)

2 1 Isabela Saldanha (BRA), 2 Julia Duarte (BRA), 3 Susana Berrezueta (ECU), 4 Xiomara Bowen (ECU)

3 Sol Aguirre (PER), 2 Jolari Carreras (PRI), 3 Marina Rezende (BRA), 4 Cristina Vargas (ECU)

4 1 Daniella Rosas (PER), 2 Naire Marquez (BRA), 3 Cristina Game (ECU), 4 Maya Karl (PRI)

5 1 Dominic Barona (ECU), 2 Andrea Vlieg (PAN), 3 Julia dos Santos (BRA), 4 Isabela Bottero (ECU)

6 1 Taina Hinckel (BRA), 2 Silvana Lima (BRA), 3 Lucia Cosoleto (ARG), 4 Fanny Villao (ECU)

7 1 Coco Cianciarulo (ARG), 2 Melanie Giunta (PER), 3 Genesis Garcia (ECU), 4 Wendy Velasquez (ECU)

8 1 Josefina Ane (ARG), 2 Arena Rodriguez Vargas (PER), 3 Sophia Medina (BRA), 4 Iliana Aguirre (ECU)

Segunda fase

1 1 Alejo Muniz (BRA), 2 Kim Matheus (BRA), 3 Jorge Sangachi (ECU), 4 Niccolas Padaratz (BRA)

2 1 Robson Santos (BRA), 2 Roberto Araki (CHL), 3 Santiago Garcia (ECU), 4 Junior Rocha (BRA)

3 1 José Gundesen (ARG), 2 Gabriel Arturo Vargas (PER), 3 Tomas Lopez Moreno (ARG), 4 Adrian Zambrano (ECU)

4 1 Marcos Correa (BRA), 2 Snaider Parrales (ECU), 3 Manuel Selman (CHL), 4 Leon De La Torre (CHL)

5 1 Leandro Usuna (ARG), 2 Ryan Kainalo (BRA), 3 Juliano Auad Klaere (ECU), 4 Juan Yanez (ECU)

6 1 Renan Peres Pulga (BRA), 2 Guillermo Satt (CHL), 3 Pedro Dib (BRA), 4 Rafael Silva (PRT)

7 1 Lucca Mesinas (PER), 2 Pedro Neves (BRA), 3 Theo Fresia (BRA), 4 Igor Moraes (BRA)

8 1 Samuel Pupo (BRA), 2 Pedro Bianchini (BRA), 3 Israel Barona (ECU), 4 Adrian Dapelo (ECU)

9 1 Jonathan Zambrano (ECU), 2 Wesley Leite (BRA), 3 Alberto Herrera (CRI), 4 João Chianca (BRA)

10 1 Diego Aguiar (BRA), 2 Leo Casal (BRA), 3 Fernando Junior (BRA), 4 Rafael Clemente (ECU)