Kanoa Igarashi

Recado aos haters

Kanoa Igarashi dá entrevista ao Lance e afirma entender os haters, mas diz que não aceita mensagens racistas.

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O jornalista Guilherme Dorini, blogueiro de surfe do portal Lance, trocou uma ideia com o japonês Kanoa Igarashi, personagem de uma das maiores polêmicas dos Jogos Olímpicos de Tóquio, depois de eliminar Gabriel Medina numa bateria de resultado controverso.

Para Kanoa, é normal haver xingamentos dos haters, a não ser quando há exagero e atingem questões raciais ou familiares.

“Eu cresci com hate a minha vida toda. Não foi a primeira vez. Mas acho que é uma coisa boa. É claro, há limites, vamos deixar claro, há limites. Primeiro, eu não ligo de receber hate, é uma coisa normal, acho que todo atleta recebe algum tipo de hate. Contanto que seja sobre surfe, especificamente sobre surfe, ao redor do esporte, tá tudo bem. Mas, então, começam com racismo, falam sobre sua família… Quando extrapola o surfe, aí é um pouco demais. Entendo a paixão (dos torcedores), essa é apenas minha opinião”, comenta Kanoa ao blog do Lance.

Segundo Kanoa, ele convive com haters desde a infância, por ser filho de japoneses, tendo crescido nos Estados Unidos.

“Eu cresci com racismo. Para mim, hoje, é uma coisa normal. Eu não me sinto afetado o tanto quanto eu sentia antes, mas, ao mesmo tempo, não é porque eu consigo controlar isso, que significa que outras pessoas também consigam. Só quero espalhar a mensagem, tentar criar um mundo melhor para as próximas gerações, esse é meu objetivo. É realmente muito importante falar sobre isso. Estou no tour por cinco, seis anos… Estou na mídia por mais de 10 anos, eu já tive hate minha vida inteira, em vários aspectos. Ao mesmo tempo, há várias pessoas dizendo coisas boas sobre mim, e isso vale mais que 30 coisas ruins… Isso é o mais importante”, acrescenta.

No final da entrevista, ele deixa uma mensagem em português aos fãs brasileiros: “Sabemos que o surfe não é um esporte controlável, temos cinco juízes e cada um tem a sua opinião. Só não pode entrar em racismo ou insultos pessoais. Gostaria de manter tudo dentro do surfe, que continuará sendo um esporte com opiniões, diferente.”

Fonte Lance