Aitutaki

Bodyboard no paraíso

Luiz Claudio Duda explora as belezas intocadas de Aitutaki, nas Ilhas Cook.

Aitutaki, Ilhas Cook

Nas minhas últimas viagens tenho procurado lugares pouco explorados. Nos arredores da Nova Zelândia ainda existem dezenas de ilhas com pouca ou nenhuma estrutura, mas que oferecem altas ondas por boa parte do ano.

Aitutaki, nas Ilhas Cook, é um destes lugares especiais. Uma ilha de uma beleza única e ondas que quebram sem quase ninguém na água. Fiquei de olho em um ciclone tropical por quase 15 dias e me programei para pegar o avião na hora certa.

Assim que a previsão se confirmou, peguei folga no trabalho e parti para o local. Cheguei à ilha em meio a muito vento, chuva e incertezas. Por ser uma ilha literalmente no meio do nada, o vento muda a todo instante e a onda é temperamental.

Não via a hora de estrear o foguete que recebi do hexacampeão mundial de bodyboard Guilherme Tâmega. Acordei cedo e comecei a dirigir para o local planejado, uma direita com um drop difícil e um tubo parecido com o Backdoor havaiano.

Nesse dia, ondas de 6, talvez 8 pés, estouravam em uma afiada bancada de coral. Na água estavam eu e dois outros bodyboarders, um francês e um australiano. Logo na primeira onda tomei uma vaca horrorosa e quase perdi a confiança. Tomei a série inteira na cabeça, o que me fez pensar se realmente valia a pena estar ali.

Voltei e nem deu tempo de sentar na prancha. Vi o horizonte espumando, me posicionei e completei um drop de cabeça para baixo, muito parecido com os dias pesados em Sandy Beach, no Havaí. A minha visão depois foi um tubo longo e absolutamente azul. A confiança logo voltou e foi um dia épico.

Após esse swell vários outros quebraram, um melhor que o outro. Em 15 dias de viagem também pude me aproximar da comunidade local e conhecer pessoas incríveis, como o Carlos, um brasileiro chefe de um resort e que bota para baixo.

Ainda fiz amizade com a novíssima geração de locais e deixei alguns equipamentos como roupa de borracha, cordinhas e pés de pato. Um presente para que eles melhorem e evoluam ainda mais.

O lugar é belíssimo, altas ondas, praias tropicais – uma mais linda que a outra – e um barzinho em frente à praia onde a cerveja gelada e o pôr do sol deixam tudo mais incrível.

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