Espêice Fia

México em alto astral

Barca do Fia reúne galera para dias de muito surfe e amizade nas ondas de Salina Cruz, México.

Fabio Gouveia encontra ondas tubulares em Salina Cruz.

Finalmente saiu a nossa Barca do Fia para Salina Cruz, que seria realizada no primeiro semestre de 2020. Ariba, México! Aí vamos nós.

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Com algumas desistências no grupo antigo, novos integrantes aderiram à barca e lá fomos nós. Monitoramos os swells por uns dois meses antes e vimos que a temporada estava constante, no entanto a cada dia as previsões só melhoravam e se mantinham.

Vai ser demais galera, era só o que todos comentavam no grupo de Whatsapp. E aí a adrenalina batia. Que prancha levar, que quiver levar? Que tamanho de ondas iremos pegar? Os conselhos eram que ao menos três pranchas era preciso.

Em termos de ondas, iríamos surfar ondas mais longas do que realmente grandes. Desta forma a maroleira seria em média 5’8” e a maior em torno de uma 6’4”. Para aqueles que tinham o costume de surfar com prancha maior e modelos diferenciados, teve gente que levou 6’8 e 6’10. E eu que sempre aproveito para experimentar algo em condições propícias, desta vez levei uma 4’10” como menor prancha.

Fia deu ensinamentos para a galera da barca.

A barca do Fia é feita em parceria Dream Surf Tour e mais uma vez o proprietário José Eduardo fez questão de nos acompanhar para filmar e é claro, nos intervalos surfar. Nossa estalagem ficou por conta do Punta Escondida Surf Tours e sua equipe de guias nos acompanhou durante a semana de muito surfe em que lá passamos.

Logo de cara uma baixa em minhas bagagens e logo elas, as minhas pranchas não vieram. Se fosse a mala de roupas não teria o mínimo problema, até de cuecas surfaria, mas sem o material de trabalho foi bem chato, pois a pessoa se prepara para a trip, escolhe o material, faz planos para os testes e fica impossibilitado.

Sendo assim, em nossa primeira tarde aproveitei para filmar a turma no pico de La Bambita. Primeiro de fora, mas quando os mosquitos começaram a me atacar parti para fazer o exercício e gravar dentro d’água. A turma se revezava com alguns gringos no estreito lineup com ondas de até um metrão.

Luiz Eduardo, Adalton, Alexandre Mosca e Alessandro com o surfe intermediário. Já em sequência, Daniel Session, Rafael Moraes, Sergio Melo, Eric, Marcelo Pretto, José Eduardo, Humberto e Osmar Souza com o surfe mais avançado. Iam se soltando a cada onda surfada.

Surfistas da barca encontraram ondas volumosas.

La Bambita é uma onda potente, geralmente balança um pouco devido aos backwashes na maré mais cheia. Quando a maré baixa bons tubos rolam na frente de algumas rochas irregulares. Foram duas sessions ali e na manhã seguinte foi bem legal com o swell um pouco maior.

Alguns moleques californianos apareceram quebrando a vala. Eram tricks para tudo quanto é lado. Filmei por um bom tempo e com uma prancha emprestada, com shape de minha autoria, fui para água pegar algumas ondas.

Me diverti, pois com volume de sobra remava bem e corria bastante. A galera estava amarradona e ia se revezando no lineup a medida que iam evoluindo e também se soltando mais neste segundo surfe. Osmar, Humberto e Marcelo soltando boas batidas e rasgadas eram destaques entre os nossos, mas o resto da galera também ia fazendo suas ondas.

Para a tarde seria a vez de estrearmos em Punta Conejo, pois o vento estaria melhorando para o pico. Que onda magnífica, e haja perna pra correr manobrando em toda sua extensão. Ali a turma se achou e de cara já foi eleita a onda da trip. Drop volumoso,  balançado e a seguir uma “pista”.

Luana Silva também estava lá e quebrou a vala.

Todos saíram de cabeça feita. Com o mar subindo fomos para o dia seguinte em Punta Chivo. Que onda! Mas também que corrente! Se posicionar parado no lineup era difícil, no entanto isso fazia reciclar o crowd.

O drop balançado fazia muita gente entrar na espuma deitado para quando sentisse firmeza ficar de pé. Essa ficou sendo uma prática pra muita gente, pois ninguém queria correr o risco de perder a onda. Mas ao mesmo tempo era uma loucura e deram algumas confusões, pois quando a espuma batia nas costas o cabra era envolvido e não enxergava nada na frente. Perigoso o negócio

Chivo continha sessões bem cavadas com tubos longos ao final. Que onda, peguei bons tubos e vi os amigos da barca Marcelo e José Eduardo colocarem pra dentro de boas. Essa era a onda para aprender a botar no trilho e deixar se envolver pelas placas. Destaque para Osmar com suas infinitas rasgadas e batidas base lip de costa pra onda.

Outras sessions rolaram no pico e quando o zun zun zun começou a rolar de que Chipeua estava clássico, e fomos lá na madrugada conferir. Após chegarmos na vila e caminharmos por cerca de 25 minutos, que onda! Uma locomotiva desenfreada! Essa foi a sensação que tive ao pegar a minha primeira.

Infelizmente a direção do swell havia mudado e pelo fato da maré estar enchendo a onda estava com backwashs e o tubo esfarelando. Mesmo assim foi demais a session e a galera pegou boas, com destaque para Humberto, cujo acertou-se no difícil lineup e deu bons drops e rasgadas de backside.

Barca misturou muito surfe com descontração.

Com a maré secando e o vento melhorando as ondas também ficaram melhores. Vi uma boa do amigo catarinense Junior Maciel, que já estava no México há cerca de duas semanas e era um dos que mais me pilhava quando falava das ondulações. O mago estava ligeiro na sessão.

Já cansados, com sol escaldante e de olho na caminhada de volta, partimos pra pousada afim de descansarmos para o fim de tarde e o dia seguinte, pois o mar ainda estava para subir mais um pouco.

Também fomos checar a onda que levava o nome de nossa “habitación”, a famosa Punta Escondida. Drop volumoso ao fundo e tubo “quadrado ao quadrado” em frente a pedras no inside. Não era mar para 50% da barca.

Ficamos admirando ainda na maré cheia e não cogitamos nem ir alí no maior dia do swell. Soube por intermédio de amigos das Ilhas Canárias que também estavam na pousada de que o pico estava grande e difícil. Dali em diante o surfe foi na clássica Punta Conejo, pois era a onda democrática para todos da barca, com momentos fáceis e outros bem radicais dependendo da situação.

Mais para o final da barca o surfe de Luiz Eduardo, Alexandre Mosca, Sergio, Rafael, Daniel Session e Eric traduziu-se na evolução da semana. Todos mais à vontade e foram pegando maiores ondas, esticando sessões e manobrando bem.

Vale ressaltar a presença do legend Gary Linden e do Porto Riquenho Carlos Cabrero com um amigo que também estava quebrando, além de é claro, da havaiana filha de brasileiros Luana Silva, que apareceu naquela semana com um grupo de amigas e amigos também quebrando a vala. Deu gosto de ver, com certeza Luana estará no WT, é só uma questão de tempo.

Mesmo veterano, Fabinho ainda impressiona.

Dias maravilhosos passamos em Salina Cruz. Boas amizades foram feitas tais como a com o californiano Doug. Surfista fissurado que nos inspirava. E os agradecimentos aos nossos guias (Enrique, Lalo, Marco e Jonatan) e funcionários da @puntaescondida, que sempre deixavam tudo pronto para nossas sessions e nos botavam nas melhores ondas.

Parabéns e obrigado também a todos que foram na barca. Aqui é apenas um breve relato, pois o aprendizado foi durante a trip, em que todos nós evoluímos. Legal também foram algumas sessões de video análise onde a descontração e resenha eram garantidas, curtimos bastante e nos divertimos! Hasta la vista Mexico!

E atenção: a próxima Barca do Fia será em breve! Nas clássicas direitas de Punta Mango e Las Flores em El Salvador. Últimas vagas! Saída dia 10 de julho com retorno dia 18. Simboooora!

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