Oi Pro Junior Series

Lucas Vicente cerca o quintal

Lapidado nas ondas da Joaquina, Lucas Vicente compete em casa na terceira etapa do Oi Pro Junior Series, neste final de semana (7 e 8), em Florianópolis (SC).

0
Em quarto lugar, Lucas Vicente é o melhor catarinense no ranking sul-americano Pro Junior da WSL.

Depois de passar pelo Rio de Janeiro e pela Bahia, o Oi Pro Junior Series chega a Santa Catarina para realizar a terceira das quatro etapas do novo evento patrocinado pela Oi, neste sábado e domingo (7 e 8) na Praia da Joaquina, Florianópolis.

Esta será a quinta prova válida pelos títulos sul-americanos masculino e feminino da WSL Latin America e pelas vagas para o Mundial Pro Junior da World Surf League na Ilha Taiwan. Restarão mais duas para fechar o ano, a última do Oi Pro Junior Series, de 8 a 10 de novembro na Praia de Maresias, em São Sebastião (SP), e a grande final na semana seguinte, dias 14 e 15 em Mancora, no Peru.

Com a ausência da líder do ranking feminino, Tainá Hinckel, que foi para o Japão representar o Brasil na seletiva para as Olimpíadas de Tóquio, outros dois catarinenses surgem como fortes candidatos a deixar o título masculino em casa, Lucas Vicente e Léo Casal. Eles são crias do trabalho da Associação de Surf da Joaquina (ASJ) e competem desde crianças nas ondas do palco mais importante do surfe catarinense, ou seja, conhecem bem o lugar em qualquer condição de mar. Os dois decidiram o título da única etapa realizada fora do Brasil e Léo Casal foi quem festejou a vitória no Héroes de Mayo Iquique Pro no Chile.

Os dois continuaram no Chile para disputar outra etapa do QS 3.000 na semana seguinte, nos tubos de El Gringo em Arica, mas Lucas Vicente logo perdeu e atravessou o continente até o Ceará, para participar da terceira etapa do Circuito Sul-americano Pro Junior no fim de semana. Leo permaneceu no Chile e não competiu nas ondas quentes da Praia da Taíba. Com um resultado a mais, Lucas Vicente é o catarinense mais bem colocado no ranking. Ele está em quarto lugar, no momento ocupando a última vaga para o Mundial Pro Junior, então quer aproveitar o fato de competir em casa para conquistar sua primeira vitória.

Leo Casal também está de olho em uma vaga no Mundial Pro Junior.

“Eu me sinto muito honrado em ser o catarinense mais bem colocado no ranking e estou muito feliz por isso”, disse Lucas Vicente. “Estou treinando bastante pra colocar Santa Catarina no topo, vou dar o meu máximo para isso e quero muito representar bem meu estado, minha cidade, Floripa, e a minha praia. Espero ter um bom resultado nesse campeonato e nos próximos também. Essa vai ser uma chance muito boa pra mim, porque estarei em casa, então eu quero ganhar o campeonato, com certeza”.

Além do vice-campeonato no Chile, o outro bom resultado de Lucas Vicente foi o terceiro lugar nas semifinais do Oi Pro Junior Series da Bahia, na Praia de Stella Maris, em Salvador, que lhe garantiu a quarta posição no ranking com 1.890 pontos. O líder é o saquaremense Daniel Templar com 2.240, seguido pelo paulista Daniel Adisaka com 2.015 e pelo potiguar Mateus Sena com 1.920. Dos quatro, o único que já tem uma vitória é Mateus Sena, no Pena Little Monster na Praia da Taíba, no Ceará. Lucas Vicente tem uma grande oportunidade de conseguir isso agora, por conhecer muito bem as ondas da Joaquina.

“Estou com uma grande expectativa para esse campeonato”, disse Lucas Vicente. “A Joaquina é o lugar onde eu comecei a surfar com 3 anos de idade, foi onde eu comecei a competir, meu primeiro QS que participei foi lá, já corri muitos campeonatos lá, então tenho uma história bem legal com a Joaquina. Eu conheço bem a onda, a vala do inside, a que entra no costão, a esquerda que quebra lá fora e, querendo ou não, a Joaquina é uma onda difícil de surfar e acho que isso pode ser positivo pra mim. Vou competir em casa, sabendo onde surfar as melhores ondas, sempre treinei lá e essa semana toda só estou surfando lá, mesmo com vento sul”.

Vagas no Mundial Ele vai precisar realmente de um bom resultado, pois seu lugar no time sul-americano para o Mundial Pro Junior é ameaçado principalmente pelo paulista Eduardo Motta e pelo catarinense Leo Casal. Eduardo venceu o Oi Pro Junior Series da Bahia e está em quinto lugar no ranking com 1.600 pontos, com Leo em sexto com 1.500, mas com um resultado a menos. Das sete etapas deste ano, serão computados os cinco melhores resultados de cada atleta no ranking final da WSL Latin America. Os descartes começam na próxima.

“Meu objetivo realmente é vencer o campeonato“, continuou Lucas Vicente. “Vai ser um resultado importante por estar em casa, com meus familiares, os amigos, com o pessoal local da Joaca que me conhece desde criança. Só restam três etapas, contando com essa de Floripa, então uma vitória vai ser importante para a disputa do título sul-americano e pra classificação pro Mundial Pro Junior. Mais do que nunca, é a hora de ganhar uma etapa e eu vou dar tudo de mim pra conseguir um resultado muito bom nesse evento”.

Sol Aguirre representa o Peru nas ondas da Praia da Joaquina.

A categoria Pro Junior foi implantada na World Surf League em 1998 e o Brasil é recordista de títulos mundiais com oito vitórias. O catarinense Mateus Herdy conquistou o último no ano passado na Ilha Taiwan e foi o vencedor da primeira etapa do Oi Pro Junior Series na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, onde Tainá Hinckel conseguiu a primeira das suas três vitórias esse ano. Foi a única etapa que Mateus Herdy participou, pois ele está mais focado no WSL Qualifying Series e nesta semana disputa o QS 10000 da Espanha em Pantin.

Chance de vitória no feminino Entre as meninas, sem a vencedora das duas etapas do Oi Pro Junior Series já disputadas no Rio de Janeiro e na Bahia, Tainá Hinckel, uma nova campeã será conhecida nas ondas da Praia da Joaquina. A catarinense da Guarda do Embaú, já está com uma das duas vagas para o Mundial Pro Junior praticamente garantida e a briga pela outra terá um capítulo importante em Florianópolis, com a chance aberta para as outras meninas conseguirem uma vitória nesta reta final da temporada.

A atual bicampeã sul-americana de 2017 e 2018, a peruana Sol Aguirre, assumiu a segunda posição com o terceiro lugar na Bahia, mas a vantagem é de apenas 65 pontos para a carioca Julia Duarte, 2.265 a 2.200, contra 3.560 da líder disparada, Tainá Hinckel. A catarinense conquistou sua primeira vitória batendo a peruana na final da estreia do Oi Pro Junior Series no Rio de Janeiro e nas outras duas a vice-campeã foi Julia Duarte.

Igualdade na premiação Um total de dezesseis meninas estão confirmadas para competir na Praia da Joaquina, enquanto no masculino serão mais de cinquenta talentos da nova geração de surfistas do Brasil, Argentina, Chile, Peru, Uruguai, que no futuro poderá estar brilhando nos circuitos mundiais da World Surf League. Todas as quatro etapas do Oi Pro Junior Series estão sendo realizadas com o princípio da igualdade na premiação em dinheiro para homens e mulheres, incentivada pela Liga Mundial de Surf.

O Oi Pro Junior Series é uma realização da World Surf League Latin America com patrocínio da Oi como naming rights e da Subway, com todas as quatro etapas contando com o portal Waves como parceiro de mídia e sendo transmitidas ao vivo. Esta terceira etapa em Santa Catarina também conta com o importante apoio da Prefeitura Municipal de Florianópolis, Federação Catarinense de Surf (Fecasurf) e Associação de Surf da Joaquina (ASJ).