Nova Zelândia

Ondas de Norte a Sul

Raglan, Hamilton, Nova Zelândia

 

Já passei 13 temporadas no Hawaii, me diverti muito em todas elas e curti todos os tipos de onda que se pode surfar.

 

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Hawaii é Hawaii, não existe um lugar que tenha os 7 quilômetros de orla tão impressionantes no mundo quando o assunto é surf.

 

Pude pegar todas as ondas que sempre sonhei na parceria de meus ídolos, pessoas que hoje tenho o prazer de chamar de amigos.

 

Pude aprender alguns segredos do Backdoor com Carlos Burle em meados de 2001. Ele me deu todos os toques que salvaram a minha pele várias vezes no pico onde peguei alguns dos melhores tubos da minha vida.

 

Mas também deixei boas amostras de DNA naqueles corais.

 

No Brasil, tive a oportunidade de dirigir o DVD da Banda Charlie Brown Jr. junto de um rapaz muito promissor, chamado Konrado. Hoje ele é o maior produtor de vídeos de funk do mundo com a marca Kondizilla.

 

Trabalhei em campanhas políticas ao lado de pessoas maneiríssimas em São Sebastião (SP). Tive a honra de fazer parte da equipe vitoriosa que levou a primeira reeleição da história da cidade.

 

Já fui a muito lugares, países, picos de surf e de visuais. Mas até agora, nada se compara ao que tenho visto aqui na Nova Zelândia. Um lugar mágico, com um povo maravilhoso, sempre alegre e receptivo.

 

Você pode estar no centro da cidade de Auckland, mas basta pegar seu carro e começar a dirigir para passar por dunas, fazendas, florestas, árvores gigantes e visuais impossíveis de se imaginar.

 

Não é à toa que este foi o lugar escolhido como cenário de filmes como Senhor dos Anéis, Hobbit e muitos outros.

 

Eu fico impressionado com o número de ondas que quebram sozinhas e tento entender como um lugar pode ter ondas 360 dias por ano.

 

Todo o dia tem onda em algum lugar. Se o vento está maral de um lado, vai estar terral do outro. A água é fria, mas nada que uma boa roupa de borracha não segure. A quantidade de picos aqui é absurda.

 

Comprei um livro com mapas das ondas daqui. Fiquei chocado com o número de picos de fundos de areia, coral e pedra. Aqui as ondulações, sejam de Sul, Leste ou Oeste, sempre terão endereços certos. Com um livro destes, a possibilidade de você fazer um surf clássico é de 100%.

 

E foi o que aconteceu.

 

Conheci dois fissurados aqui, Fábio e seu filho Fabinho Patury, uma dupla casca grossa que já desbravou metade da New Zealand acampando em picos totalmente isolados, de ondas secretas e alucinantes.

 

Acho que tem uma vaga nesta equipe e já me inscrevi para fazer parte destas aventuras pelas rotas mais malucas da Nova Zelândia. Logo me chamaram para a inauguração de uma barca para Raglan, Hamilton, uma das ondas mais cobiçadas da região.

 

Saímos bem cedo e dirigimos por três horas por visuais que não consigo descrever. Passamos por fazendas, bosques, praias e cidades que pararam no tempo, além de ovelhas, ovelhas e ovelhas. Na Nova Zelândia, parecem existir mais ovelhas do que pessoas.

 

Depois deste tempo todo de estrada e céu de brigadeiro, chegamos à praia. Avistamos, de cima de um penhasco, esquerdas sem fim. E olha quando eu escrevo aqui sem fim, é por que são sem fim mesmo.

 

São três picos bem definidos e separados um do outro. Quando o mar está realmente grande, os picos se unem, criando uma esquerda que pode ser comparada à Chicama, Peru, a esquerda mais longa do mundo.

 

Se você conseguir emendar as três, será impossível voltar remando. Você pode se preparar para uma bela caminhada de pelo menos uma hora de volta ao pico. 

 

No sábado rolaram as maiores ondas, mas não grandes o suficiente para que ela emendasse as três seções.

 

Uma curiosidade é o pouco crowd. O surf está somente engatinhando aqui e você pode pegar ondas perfeitas em fundos de pedra, coral e areia sozinho, mesmo nos fins de semana. Principalmente se você tiver um veículo 4×4.

 

Existem praias de areias pretas e brancas. Direitas e esquerdas de visuais impressionantes e lisérgicos.

 

Imagine você acordar e ir surfar. De repente, o vento entra e estraga tudo, fica aquele maral horrível. O quê fazer? Voltar para casa? Não na Nova Zelândia.

 

Você pega o carro e dirige uma hora ou mais e surfa do outro lado, com vento terral. Parece um sonho, mas não é. Esta é a realidade aqui na Nova Zelândia e ela está esperando por você.

 

Luiz Claudio Duda tem apoio da Hang Ten e da NZMentor.

 

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