Yuri Soledade

Onda monstruosa

Yuri Soledade, Jaws, Havaí.

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Yuri Soledade encara onda casca-grossa em Jaws, no Havaí. Foto: John Patao.

 

O El Niño tem provocado fortes tempestades no Pacífico Norte, que tem produzido ondas gigantescas. Lugares como Califórnia e Havaí têm sido castigados por uma série de ondulações bem grandes, mas quem tem se beneficiado com isso são os surfistas.

Na última semana, uma das maiores ondulações da história da costa havaiana fez a alegria não só dos surfistas, como do público que aprecia o esporte. O lendário Quiksilver em Memória a Eddie Aikau aconteceu na baía de Waimea na última quinta-feira (25/2).

Enquanto os melhores surfistas de ondas grandes do Planeta participavam desse campeonato, no mesmo dia, na ilha de Maui, algumas das maiores ondas quebravam no perigoso pico de Jaws. Com o auxílio de um jet-ski, o baiano Yuri Soledade dropou uma bomba que está sendo especulada como uma das maiores que alguém já pegou em Jaws nos últimos anos.

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 Big rider mostra controle na bomba. Foto: John Patao.

 
Voce foi um dos pioneiros a surfar Jaws na remada. O que te fez voltar a fazer tow in?

Para mim, remar ainda é a maneira de surfar ali. Eu e os meus melhores amigos conseguimos provar ao mundo que era possível fazer isso em Jaws. Mas, no dia 25, as ondas estavam realmente acima do limite humano de remada, então, de uma certa forma, foi muito bom poder ter feito tow in. Uma ondulação gigante como essa acontece uma vez em sua vida. Eu não sei quando irei surfar um swell como esse novamente na minha vida. Não dá para permitir que algumas dessas ondas gigantes passem sem ninguém, isso seria desperdício. Uma vez na vida, sempre que as boias e o swell estão tão grandes assim, temos a desculpa de poder usar os jets, e se houve um dia em que deveríamos ter feito isso, esse foi o dia (risos).

Você lembra como foi essa onda?

Ela nao sai da minha mente até agora. Foi muito poderosa e a energia dela ainda não foi embora! Lembro que desde quando vi aquela ondulação, sabia que era gigante. A partir do momento em que larguei a corda, meu pé começou a escorregar para fora da presilha da prancha. Fiquei quase o tempo todo tentando ajustar o pé, mas não podia perder o foco.

Lembro-me de olhar para baixo e ver que a parede da onda era enorme e parecia que a onda ia fechar, o que me obrigou a fazer uma linha mais por cima dela. Depois, quando cheguei na base da onda, percebi que não podia cair de forma alguma, pois as consequências seriam sérias. A verdade é que eu estava apenas tentando sobreviver.

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Você acha que realmente essa tenha sido a maior onda já surfada em Jaws?

Alguns dos veteranos estão alegando que essa foi a maior onda já surfada em Jaws. Prefiro manter a humildade e deixar essa hype passar. Eu tento não me preocupar muito com o que as outras pessoas estão dizendo. Prefiro sentir a energia e emoção que eu senti naquela onda. Eu não vou ficar tentando descobrir qual o tamanho da onda. Sei que foi a maior da minha carreira. Se vai bater o recorde ou não, veremos em breve, quando os especialistas analisarem. De qualquer forma eu me sinto muito abençoado e privilegiado por ter conseguido fazer a onda toda sem problemas.

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Outra imagem do baiano na maior onda da sua carreira. Foto: Elliot Leboe.

 
Veja o vídeo da onda

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