TorFlex

O caminho da flexibilidade

Gabriel Medina sempre forneceu um ótimo parâmetro de resistência das pranchas feitas por Johnny Cabianca, mas era tudo na base da sensibilidade e porrada. Agora Johnny pode saber o quanto Gabriel torce e flexiona suas pranchas e, fazendo testes, saber o que funciona melhor para o campeão. TorFlex

Se todo mundo já buscava o caminho da flexibilidade perfeita, agora sim, teremos números para brincar direito com isso.

A TorFlex pode ser uma revolução interessante, fornecendo aos fabricantes uma ferramenta para aperfeiçoar “The Science of Surfboard Flex”, ou A Ciência da Flexibilidade das Pranchas de Surf, como já me havia explicado Johnny Cabianca em 2016, durante a The Board Trader Show.

Johnny, como vocês podem ver no video, é um dos responsáveis pelo programa e toda a traquitana que mede essas interessantes variáveis da prancha. Ele e o também shaper Mikel Agote, em parceria com a Basque Country Surf Company e Omega Composites, estabeleceram parâmetros numéricos e já estão testando suas pranchas com essa ferramenta.

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Aplica-se peso para se estabelecer até onde a prancha flexiona e volta, sem partir. A velocidade com que a prancha volta à sua forma natura também tem que ser definida. Uma grande dificuldade foi estabelecer uma escala numérica que possa ser entendida funcionalmente pelos fabricantes de pranchas. Teremos flexibilidades P, M, G e GG? Foto: Divulgação.

 

O surfe performance pediu pranchas com flexibilidade controlada. A tendência se materializou no mercado em forma de longarinas diferentes, pranchas sem longarina, com espumas de diferentes densidades e diferentes tipos de fibras aplicados em diferentes partes das pranchas. No entanto, a flexibilidade é um dos aspectos menos entendidos do design da prancha de surfe. Ou melhor, não havia como medir essas variáveis de torção, flexibilidade lateral ou como a vibração reverbera pela prancha.

Surfista com habilidade entendem o papel sutil e vital do flex em uma prancha. Para um surfista médio, em uma onda média, o flex é menos importante do que outros fatores, como forma, volume e colocação de quilhas, mas para surfistas experientes, especialmente em ondas de qualidade, uma flexibilidade afinada é vital para manter o fluidez e velocidade, maximizando a projeção através das curvas e pumps.

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Na tela da foto, o gráfico de vibração de uma prancha. A fabricação de pranchas de surfe vai se adaptando cada vez mais à era da tecnologia, tornando-se mais e mais uma ciência apurada, com resultados mensuráveis. Foto: Divulgação.

 

Resumindo – Para os fabricantes de pranchas, em especial as de alta performance, a nova fronteira que vem se ampliando é o flex. Porém, como qualquer cientista lhe dirá, uma experiência é inútil se não conseguir produzir dados confiáveis. Até então, você está apenas tropeçando no escuro. Agora, depois de estabelecerem números, todo o lance de flexibilidade pode tomar outras proporções.

Os fabricantes poderão comparar pranchas idênticas, determinando com precisão as diferentes flexibilidades geradas por diferentes materiais usados em sua construção. Poderão adequar um flex personalizado às necessidades de cada atleta em cada tipo de onda. Já pensou?

Ok, agora você terá que escolher o tipo de prancha (shape), suas medidas básicas, volume e o TorFlex, que é sua flexibilidade de perfil, torção e vibração. No fundo, a não ser que você seja um estudioso e possa sentir nas ondas as diferenças de uma coisa para outra revertendo tudo em números, é melhor deixar seu shaper definir como será sua próxima prancha. Para nós, pobres mortais, a evolução, às vezes, merece uma aspirina.

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Gabriel Medina sempre forneceu um ótimo parâmetro de resistência das pranchas feitas por Johnny Cabianca, mas era tudo na base da sensibilidade e porrada. Agora Johnny pode saber o quanto Gabriel torce e flexiona suas pranchas e, fazendo testes, saber o que funciona melhor para o campeão. Foto: WSL / Poullenot.
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