Porto de São Sebastião

Ampliação tem impactos negativos

Praia Preta, São Sebastião (SP)

 

Ampliação coloca em risco o que resta de Mata Atlântica no Estado de São Paulo. Foto: Aleko Stergiou.

Apresentado pela Companhia Docas de São Sebastião (CDSS), o projeto de ampliação do Porto de São Sebastião (SP) resultará em impactos ambientais negativos.

 

Por exemplo, o Estudo de Impacto Ambiental  (EIA/Rima) informa que aproximadamente 750 caminhões vão circular por hora nas estradas da região. Já imaginou o impacto e a poluição que isso representa?

 

Apesar de afirmarem que trata-se de um porto ecológico, o projeto não prevê escoamento de cargas e de containeres por ferrovia. Ou seja, a logística será executada com caminhões, ideia que vai contra qualquer princípio de sustentabilidade.

 

Isso sem falar na ocupação desordenada e no aumento de invasões nas encostas e áreas de Unidades de Conservação (PESM), permitindo que acidentes aconteçam como na região serrana do Rio de Janeiro. 

 

Impactos indiretos, referentes aos desmatamentos causados por vias de contornos, pátios de containeres e logística, também estão previstos e colocam em risco o que resta de Mata Atlântica no Estado de São Paulo.

 

Outro ponto importante é a ausência de estudos sobre os impactos na Estação Ecológica de Tupinambás e sobre os impactos à vida marinha da região. Avaliada apenas no entorno do porto, a área de influência indicada pelo EIA/Rima não representa a real extensão dos impactos e espécies como a baleia Franca, que voltaram à visitar nossas praias, podem ir embora de vez.

 

Ainda sobre a área de influência indireta, os impactos para costa Sul e Norte dos municípios do litoral Norte não foram considerados e segundo o estudo estão muito longe da área do porto. Ou seja, a possível ocorrência de acidentes pode levar até as cidades da região através de correntes marítimas – como já relatado pela CETESB em outros casos – a ocorrência de desastres ambientais, sem falar de impactos ao meio terrestre. 

 

Para os surfistas,  além da grande quantidade de navios estacionados e movimentando-se, o lixo despejado e a brusca mudança de comportamento dos tubarões, que recentemente ocorreu com a construção do porto de Suape (PE), pode ocorrer aqui também.

 

Temos uma centena de questionamentos e pontos negativos sobre a implantação desse porto. Sabemos também que é impossível impedir o crescimento econômico. Mas a que preço? Os princípios de sustentabilidade devem ser aplicados de verdade e neste contexto, um “porto verde” – sem containeres – seria uma boa proposta.

 

Atualmente, vemos muitos navios estacionados no canal de São Sebastião, sem lugar para atracar. Quem frequenta Maresias e região pode comprovar o fato. Essa é uma prova que o porto precisa ser ampliado, mas sem a necessidade de receber navios de containeres.

 

Clique aqui para participar do abaixo-assinado contra a ampliação do porto de São Sebastião.

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