Tiros na Costa Rica

Governo investiga caso

Governo da Costa Rica vai investigar conduta do policial que atirou em direção ao surfista Rafael Villavicencio durante a quarentena em Playa Hermosa.

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O Ministério de Segurança Pública da Costa Rica vai investigar a atitude do policial que atirou na direção de um surfista em Playa Hermosa por ele ter desobedecido as medidas de quarentena impostas no país durante a pandemia do novo coronavírus.

O surfista na ocasião era o estudante de direito Rafael Villavicencio, 28 anos, que não ficou ferido, mas, em choque com a situação, acusa o policial de disparar com uma arma que não pode ser usada pela polícia.

“Infelizmente, os tiros que o policial fez foram com uma arma não regulamentada, que ele não poderia estar usando para realizar seu trabalho”, disse o advogado Wálter Brenes, que representa Villavicencio no caso.

“Sei disso porque temos uma foto em que ele levanta a arma e sabemos que as armas legais e usadas pela polícia são nove milímetros e pretas, mas a que ele levanta é prata com uma alça marrom”, completou o advogado.

Rafael e Wálter se encontraram na segunda-feira (30) com oficiais da Segurança Pública da região de Garabito e explicaram esses e outros detalhes. A reunião foi confirmada pelo Ministério de Segurança. O advogado garante que o oficial teria cometido o crime de abuso de autoridade e pede que ele também seja responsabilizado por tentativa de assassinato.

Surfista é perseguido pelo policial em Playa Hermosa.

O incidente do tiroteio ocorreu na quinta-feira (26), às 7:30 da manhã, em meio ao pedido das autoridades para respeitar as medidas sanitárias impostas pela emergência do Covid-19. Naquele dia, as praias do país já estavam fechadas.

O advogado aceita o argumento de que o surfista tenha desrespeitado a ordem, mas reforça que a polícia não está autorizada a atirar nesses casos e que nenhum documento indica que eles podem usar uma arma para cumprir as ordens do Ministério da Saúde.

“Por esse motivo ele não atirou com a arma oficial, porque a Força Pública não deu permissão para isso. Houve quatro detonações com uma arma não oficial durante o horário de trabalho. Ele tomou essa decisão para forçar o surfista a respeitar a regra, em uma atitude totalmente desproporcional”, afirmou Brenes.

“Ele (Villavicencio) está arrependido e até fez um pedido público para os surfistas respeitarem as instruções das autoridades”, completou o defensor, que espera que o resultado da investigação seja finalizado pelo Ministério da Segurança até o final de abril.

Fonte Leteja.cr