Rio Grande do Sul

Águas-vivas infernizam

Rio Grande do Sul registra 31 mil casos de banhistas feridos por águas-vivas nesta temporada de verão.

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Visual de Tramandaí, uma das praias mais conhecidas do litoral gaúcho.

Uma grande concentração de águas-vivas já deixou pelo menos 31 mil banhistas feridos na temporada de verão deste ano no Rio Grande do Sul. O número foi divulgado pelo Corpo de Bombeiros e representa os atendimentos realizados nos últimos 20 dias.

Uma combinação de correntes marítimas, altas temperaturas e elevada população de banhistas também explica o alto índice de incidentes, explica o tenente-coronel Jeferson Ecco, coordenador da Operação Verão no estado. “Foi um verão atípico até aqui”, disse Ecco ao jornal Folha de S.Paulo.

O fenômeno também tem sido observado, em menor número, no litoral de Santa Catarina e do Paraná – onde também foi registrada a presença de caravelas-portuguesas, um tipo de água-viva mais peçonhenta que a comum. De cor arroxeada, a caravela-portuguesa tem uma espécie de “crista” bolhosa, preenchida com ar.

Por isso, ela é carregada pelo vento e pode ser vista na superfície do mar. Suas toxinas são mais potentes do que as da água-viva comum, e provocam dores, queimaduras de até terceiro grau e, em casos extremos, reações alérgicas.

Na costa catarinense, foram cerca de 22 mil casos de queimaduras por águas-vivas desde outubro. É um número semelhante ao da temporada anterior, mas abaixo do recorde de verões passados, quando os feridos chegaram a somar quase 85 mil.

Cuidados O ferimento causado pela água-viva, cientificamente chamado de envenenamento por cnidários, é semelhante a uma queimadura.

Há alguns cuidados específicos a serem seguidos, segundo a Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa). O primeiro é sair da água, sem tentar tirar os tentáculos que podem estar na pele. Em seguida, lavar o local com água do mar em abundância, até que os tentáculos aderidos saiam.

Não se deve usar água doce, porque ela pode aumentar as descargas. Para prevenir novas contaminações, use ácido acético 5%, como vinagre, por cerca de 10 minutos sobre o local. Jamais tente remover os tentáculos esfregando toalhas ou areia.

Caso ainda haja tentáculos em cima do ferimento, remova usando luva e pinça e lavando mais uma vez com água do mar e ácido acético por 30 minutos. Em caso de dificuldade para respirar ou surgirem outras reações na pele, longe do local atingido, e desorientação, procure atendimento médico.

Fonte: Folha de S.Paulo