Fernando Odriozola

Wavegarden em dose dupla

"Creio que não há melhor lugar no mundo para fazer esses projetos do que o Brasil". Sócio da Wavegarden, Fernando Odriozola desembarca no país para lançar duas piscinas da tecnologia basca.

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Fernando Odriozola conversa com Gabriel Medina durante o lançamento do condomínio Surfland em Garopaba.Renato Leal
Fernando Odriozola conversa com Gabriel Medina durante o lançamento do condomínio Surfland em Garopaba.

A última semana foi um divisor de águas para quem ainda desconfiava que o Brasil poderia receber uma piscina de ondas artificiais.

E notícia veio em dose dupla, com a chegada do basco Fernando Odriozola ao país e a confirmação oficial da construção de duas Wavegardens do modelo Cove 2.0, uma no interior de São Paulo e outra em Garopaba, litoral catarinense.

Sócio e diretor comercial da Wavegarden, Odriozola fundou a empresa em 2005 ao lado do irmão Josema e da engenheira alemã Karin Frisch.

Com o quartel-general encravado nas montanhas do País Basco, a tecnologia cresceu e hoje é a principal referência do mercado, com mais de 20 projetos em andamento ao redor do mundo.

Depois de passar pela capital paulista para prestigiar o lançamento da piscina do condomínio Fazenda da Grama, Odriozola desembarcou em Garopaba, onde conversou com o Waves durante os bastidores do lançamento da Surfland no último sábado (8).

Como é lançar dois projetos de uma só vez no Brasil?

É um sonho que tornou-se realidade. O mercado brasileiro sempre foi um antigo desejo da Wavegarden, não só pela quantidade de surfistas, mas pela paixão que o brasileiro tem pelas ondas. Isso assemelha-se muito com a nossa filosofia, acima de tudo somos surfistas fissurados.

Qual a principal diferença entre os dois projetos?

A tecnologia será a mesma, com o que temos de mais moderno na Wavegarden. Acho que o grande diferencial entre a Fazenda da Gama e a Surfland será o entorno da piscina, são projetos diferentes. Outra diferença está no modelo de negócio, apesar de estarem dentro de condomínios, uma funciona no sistema de compartilhamento e outro de compradores únicos.

Quando teremos a oportunidade de receber uma Wavegarden aberta ao público no Brasil?

Espero que em breve, mas não posso dar muitos detalhes sobre isso (risos). O que posso garantir é que temos um projeto muito avançado neste momento para construir uma Wavegarden aberta ao público no Brasil. Creio que não há lugar melhor no mundo para se construir uma Wavegarden.

Legenda vídeo: tecnologia das piscinas no Brasil será uma evolução do modelo Wavegarden Cove.

Poderia falar sobre a Cove 2.0?

Vamos ter quase 1.000 ondas por hora. Na frequência mais alta serão duas ondas, uma para a direita e uma para a esquerda, geradas a cada oito segundos de cada lado do píer central, o que dá uma onda a cada quatro segundos no total.

Serão sete tipos de ondas, que podem variar de meio a 1,9 metro e diferentes configurações para tubos, paredes e aéreos. Outro foco da Wavegarden é proporcionar ondas divertidas para todo mundo. Vamos ter ondas para profissionais, intermediários ou principiantes. Tudo isso ao ajuste de um botão.

Esse modelo já foi testado antes?

Temos um protótipo no norte da Espanha, mas cinco vezes menor do que vamos construir por aqui. Lá temos problema de espaço geográfico, pois o local é cercado de montanhas e há um rio que não permite uma lagoa muito grande. Ao fazer uma piscina maior, vamos ter uma onda com mais dimensão em todos os aspectos, possibilitando uma variedade muito maior de manobras.

Como foi o contato com o André Giesta, responsável pelo projeto aqui em Garopaba?

Nós vendemos sonhos. Temos muitos sonhadores que nos contatam, mas no final somos uma empresa e temos 50 famílias para alimentar. Precisamos focar em projetos reais. A principio pensávamos que o André era um destes sonhadores, mas quando vim a Garopaba no final de 2017 para conhecer o terreno as ideias encaixaram e ele me convenceu a trazer esse projeto para Garopaba.

Projeto do condomínio Surfland Brasil, em Garopaba.

Qual o tamanho da Wavegarden hoje?

Temos três Wavegardens abertas ao público. Também temos mais de 20 projetos em diferentes níveis de negócio em várias partes do mundo.

A maior piscina da Wavegarden foi anunciada para a Coreia do Sul. Como será o projeto?

A Coreia e o mercado asiático em geral possibilitam um modelo de negócio diferente, mais voltado a grandes parques e como um destino de férias. Esse será o diferencial desta Wavegarden, que na verdade será o elemento central de um grande complexo aquático.

Gostaria de acrescentar algo?

Gostaria de dizer que na Wavegarden somos surfistas de alma. Somos uma empresa familiar, fundada por engenheiros e especialistas que tinham o sonho de surfar fora do mar. Mas continuamos batendo na tecla que o mar sempre será a melhor opção. A Wavegarden não concorre com o mar. Somos uma alternativa muito sólida quando não há as ondas desejadas.