Influenza A

Tyler na batalha

Com síndrome pós-viral, bicampeã mundial não participa da primeira metade do CT nesta temporada.

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Com foco na recuperação, Tyler Wright deixa de lado primeira metade do CT e disputa pela vaga olímpica.Andrew Shield
Com foco na recuperação, Tyler Wright deixa de lado primeira metade do CT e disputa pela vaga olímpica.

Bicampeã mundial, a australiana Tyler Wright anunciou que ficará de fora da primeira metade do Championship Tour desta temporada. O motivo é uma síndrome pós-viral causada pelo vírus Influenza A.

Tyler contraiu o vírus em julho do ano passado, durante os treinos para a etapa de Jeffrey’s Bay, na África do Sul. A atleta ficou de fora de toda a temporada e desde então ainda não se recuperou 100%.

“Estou muito mal desde a África. O ataque inicial causado pela gripe A foi terrível e na volta para casa alguns sintomas melhoraram e outros pioraram consideravelmente. Meus médicos me diagnosticaram com síndrome pós-viral, o que realmente me deixou em uma montanha-russa”, declara Tyler em entrevista ao site da Rip Curl.

“Essencialmente, você fica sintomático quase sempre com sensibilidade à luz e ao som, causando dores de cabeça e névoa cerebral. Situações estressantes e pequenas tarefas também tornam-se extremamente difíceis sem que o seu corpo trabalhe normalmente”, acrescenta a Top australiana.

Bicampeã mundial contraiu o vírus Influenza A em julho do ano passado durante etapa do Tour na África do Sul.

“O objetivo é a recuperação 100% e eu sinto que houve progresso, por mais lento que seja. Mas a recuperação será em etapas”, comenta Wright, que revela abaixo quais são os estágios para a recuperação.

Fases de recuperação:

– Estágio 1: viver um dia / semana normalmente sem ser sintomático
– Estágio 2: aumentar tarefas físicas sem ser sintomático
– Estágio 3: aumentar as tarefas físicas com viagens
– Estágio 4: voltar a ser o seu melhor

“Tão simples como essas etapas podem parecer, elas vêm com tentativa e erro. Consultando meus médicos, é importante combinar minhas expectativas com a minha realidade e é por isso que estou me retirando da primeira metade da temporada. Eu sinto que alguns dias estou no Estágio 1 e alguns dias estou no Estágio 2″, revela a surfista, que pretende voltar a competir na etapa de J-Bay, em julho deste ano.

“Jeffreys Bay será o primeiro passo para retornar à competição, o que seria meio poético, já que foi quando eu me retirei no ano passado. Dito isso, veremos como a recuperação continua e fazemos outra avaliação quanto mais nos aproximamos do evento”.

Top ao lado do irmão e parceiro de treinos Owen Wright.

Perguntada sobre a sua rotina, Tyler diz que tenta viver uma vida simples. “Minha vida está muito devagar. Tento gastar meus dias usando coisas saudáveis, comendo bem, lendo Harry Potter e pedindo todos os tipos de livros de interesse. Atualmente estou tentando crescer uma árvore de abacate e acho que quase com sucesso já plantei melancia e tomate. Ah, e tenho escutado podcasts interessantes”, diz.

“Na maioria das vezes, meu lado atleta sente-se perdido, porque estou tão acostumada a puxar os limites. Mas fazer isso com essa doença acaba deixando você no chão em uma poça de lágrimas. É completamente diferente, porque no meu dia a dia de recuperação, quanto menor o passo dado, melhor. Isso é o oposto de como eu costumo fazer como atleta. Isso me deixa perplexa, então muito tempo foi para desaprender o que eu fiz durante toda a minha carreira até agora. Faço meditação duas vezes por dia e isso ajuda, a rotina também ajuda muito, mas não é nada selvagem, eu sinto que estou fazendo progresso, então estou feliz com isso. Ser capaz de fazer algumas coisas normais, todos os dias de novo. Estou me sentindo bem com minhas novas habilidades de jardinagem também, é incrível ver algo crescer do nada e saber que eu fiz isso”, afirma Tyler.

Sobre a cobiçada vaga olímpica, já que as oito primeiras colocadas do ranking deste ano garantem vaga automaticamente em Tóquio-2020, a aussie prefere não se iludir.

“Ter uma semana sem sintomas já seria incrível agora, então as Olimpíadas parecem mais um mundo distante. É um grande ano, porém o surfe feminino nunca esteve em um lugar mais saudável, com pessoas de mentalidade forte liderando o caminho. Se eu estiver assistindo de casa, ficarei muito orgulhosa”, finaliza a campeã.