Billabong Pipe Masters

Medina e Florence miram a taça

Gabriel Medina e John John Florence disputarão o título mundial a cada bateria nesta segunda-feira.

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Gabriel Medina comprovou que está mais vivo do que nunca na briga pelo título mundial.

Um dia de grandes emoções marcou este domingo no Billabong Pipe Masters em Oahu, Havaí, em ondas com até 2 metros de face nas melhores e mais raras séries do dia, que começaram lisas e com terral, apesar de as boas demorarem, porém terminaram com vento maral e formação prejudicada. Agora, Gabriel Medina e John John são os únicos concorrentes diretos ao título mundial de 2017 e disputarão a taça a cada bateria, sendo que o havaiano tem a vantagem dos pontos acumulados ao decorrer da temporada e está na primeira colocação do ranking.

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Se John John for primeiro ou segundo colocado no campeonato, garante o título mundial independente de qualquer coisa. Se John John for terceiro ou quinto, Medina precisa vencer a etapa para conquistar o título. Se John John for nono colocado, Medina precisa pelo menos do segundo lugar e, de acordo com as previsões, há grandes chances de o campeonato ir para a água e ser encerrado ainda nesta segunda-feira a partir das 15:30 (horário de Brasília).

Gabriel Medina – O brasileiro segue vivo na briga pelo título mundial de 2017, depois de derrotar o australiano Josh Kerr em seu confronto do terceiro round, por 10.00 a 9.83 pontos. Apesar do placar apertadíssimo, Medina teve uma atuação impressionante e agiu de maneira feroz nos minutos finais da bateria, até então sendo vencida por Kerr.

Medina simplesmente pegou tudo que apareceu pela frente, encontrou um bom tubo para Pipeline, arriscou os mais difíceis tipos de aéreo e espancou todas as paredes que encontrou pela frente, para não deixar a menor dúvida sobre a sua vitória, em uma atuação frenética, que além do talento comprovou a impressionante forma física do brasileiro.

Ao contrário da bateria anterior, os ventos mudaram bem na hora do duelo do brasileiro e prejudicaram fortemente a formação das ondas, fato que também obrigou os juízes a reconsiderarem os critérios de julgamento que vinham sendo aplicados até então e valorizavam apenas os bons tubos.

“As ondas ficaram realmente ruins na minha bateria, mas estou muito feliz por ter avançado! Amanhã provavelmente teremos as finais do campeonato. Espero que tenhamos boas ondas e continuarei fazendo o meu trabalho. Estou me sentindo muito bem e confio muito em Deus para o último dia do evento, ele está do meu lado”, disse Gabriel Medina após a bateria.

John John Florence segue na liderança do ranking e tem a vantagem da pontuação na corrida pelo título.

John John Florence – Em uma bateria pra lá de apertada, o havaiano John John Florence também garantiu sua passagem ao quarto round do Billabong Pipe Masters, ao derrotar o australiano Ethan Ewing na sexta bateria do terceiro round, por 10.87 a 10.80 pontos.

O havaiano não teve vida fácil para vencer o confronto. Apesar de ter mantido a liderança durante grande parte do confronto e encontrado um belo tubo para o Backdoor, que valeu 6.17 pontos, assistiu à reação intensa do seu adversário nos minutos finais. Ambos saíram da água aguardando as notas finais e o anúncio do apertado resultado, que deu a vitória a John John por apenas 0.07 pontos de diferença, e ainda tirou definitivamente o australiano Julian Wilson da briga pelo título mundial.

“Não gosto de baterias com resultados tão apertados como essas. Tem ondas boas, mas elas não estão fáceis de serem encontradas. Estou muito feliz por ter avançado. Durante os dias que não tivemos campeonato, eu aproveitei para surfar outras ondas, como Waimea, e não ficar tanto na pressão do campeonato”, desabafou John John Florence.

Julian Wilson e Jordy Smith – Até o início do terceiro round, o australiano Julian Wilson e o sul-africano Jordy Smith também concorriam ao título mundial, por mais que suas chances matemáticas fossem mais remotas do que as dos seus adversários. Mas, com a vitória de John John no terceiro round, Julian deu adeus às chances que restavam, enquanto Jordy viu o sonho do título mundial ir embora ao ser derrotado por Kelly Slater, também no terceiro round.

Julian adia o sonho do título mundial.
Jordy Smith deixa suas chances de título escaparem em derrota para Kelly Slater.

Aposentadorias – A aposentadoria dos australianos Josh Kerr e Bede Durbidge também marcaram o dia e, apesar de os dois terem perdido suas baterias, saíram da água carregados pelos companheiros de competição e aplaudidos pelo público na areia.

“Foram muitos momentos marcantes. Acho que a melhor parte de tudo foi poder surfar com todos esses caras, como Mick Fanning, Josh Kerr, Ace Buchan e Tom Whitaker, e viajar ao redor do mundo com amigos como eles e com a minha família. Serão muitas boas memórias que ficarão para sempre. O lado das competições também é incrível. Agora eu tenho um grande trabalho pela frente e estou numa transição para trabalhar nos Jogos Olímpicos com o time de surfe da Austrália, o que será muito empolgante para mim e estou apaixonado por esta ideia. Um novo e divertido capítulo em minha vida”, revelou Bede Durbidge.

“Definitivamente este é um momento emotivo, principalmente ao ver a minha filha vindo à praia chorando e me beijando, além dos caras me carregando. Eu adoraria continuar, mas aprendi que neste momento vencer competições não é tudo na vida. Estou muito feliz por onde se encontra minha vida neste momento. Sinto que estou saindo ganhando com uma excelente família que tenho e um bom grupo de amigos. Não poderia estar mais feliz com tudo que fiz no passado. Tenho alguns planos para continuar trabalhando com o surfe”, ressaltou Josh Kerr.

Rookie Of The Year – O australiano Connor O’Leary também chamou a atenção ao sagrar-se Rook Of The Year (Estreante do Ano), um dos títulos mais desejados pelos iniciantes do World Tour, todos os anos.

“Estou muito feliz por voltar pra casa com este título em meu ano de estreia no Tour. Vou comemorar tomando algumas cervejas com os meus amigos (risos). Este ano de estreia foi de muito aprendizado e experiências adquiridas para mim. Este título me traz ainda mais confiança por saber que sou bom o suficiente para disputar com os melhores do mundo. Vou levar esta confiança adiante para a próxima temporada e vamos ver como as coisas serão”, comemorou Connor O’Leary.

Michael Rodrigues na elite – Depois de um longo período de espera e ansiedade após o encerramento da última etapa do QS em Sunset, finalmente o cearense pôde comemorar sua entrada definitiva no Tour, já que o norte-americano Kanoa Igarashi avançou ao quarto round e liberou sua vaga garantida por pontos pelo QS, o que abre espaço para o brasileiro, que era o primeiro da lista na sequência.

Caio Ibelli faz bonito e segue vivo na disputa pelo troféu do Billabong Pipe Masters.

Brasileiros – Wiggolly Dantas e Jadson André infelizmente despediram-se da elite mundial do surf em 2018 ao serem eliminados em Pipe, e agora terão que disputar novamente o QS para tentarem suas vagas novamente para 2019. Miguel Pupo também foi eliminado diante de um inspirado Joel Parkinson e agora terá que torcer por uma difícil combinação de resultados matemáticos de adversários para se manter no Tour em 2018.

Ian Gouveia conquistou duas bonitas vitórias, ao eliminar Filipe Toledo da competição na repescagem e depois o australiano Matt Wilkinson no terceiro round, porém para se manter na elite em 2018 precisa vencer o Billabong Pipe Masters.

Adriano de Souza foi eliminado no terceiro round pelo italiano Leonardo Fioravanti. Caio Ibelli e Italo Ferreira seguem firmes e fortes na disputa.

Baterias simultâneas – As disputas acontecem no sistema Dual Heat, com duas baterias simultâneas em andamento. A janela de espera do evento vai até o dia 20, mas a previsão das ondas não é muito animadora para o restante da semana, o que obriga a direção de prova a acelerar o evento, com possível encerramento nesta segunda-feira.

Repescagem – A repescagem do Billabong Pipe Masters 2017 teve início neste domingo e, logo no primeiro confronto do dia, Gabriel Medina superou o havaiano Dusty Payne, para garantir sua permanência na disputa pelo título mundial.

As ondas quebraramm com até 1,5 metros nas melhores séries com boa formação e vento terral. As direitas de Backdoor predominaram.

Para vencer o confronto por 15.33 a 8.50 pontos, Medina trabalhou bonito nos pequenos, mas perfeitos tubos do pico. O confronto começou a pegar fogo a 14 minutos do término, a hora que Medina dropou atrás do pico para Backdoor e entubou com maestria para garantir nota 9, em uma demonstração de muita técnica e controle de backside, percorrendo o canudo inteiro da maneira mais profunda possível. Na sequência ainda conseguiu mais um tubo rápido e curto para Pipe, para selar a vitória com mais 6.33 pontos.

“Foi uma ótima bateria contra o Dusty Payne, ele é um excelente surfista. Estou feliz por ter avançado ao terceiro round e por manter o meu sonho vivo. Tomara que eu consiga continuar passando as baterias e também me divirta no outside. As ondas estão um pouco demoradas, mas boas quando elas vêm. Eu adoro competir e essas situações de pressão são as minha favoritas. Espero encontrar mais tubos bons lá fora”, disse Gabriel Medina logo após a vitória.

Previsão das ondas – Nesta segunda-feira, a previsão aponta uma ondulação de Noroeste, com intensidade moderada e ventos mais leves.

Veja abaixo como estão as condições do mar em Pipeline, ao vivo:

Billabong Pipe Masters 2017

Round 4:

Round 3, Billabong Pipe Masters 2017

Round 3:

Round 3, Billabong Pipe Masters 2017

Repescagem:

Round 2, Billabong Pipe Masters 2017

 Primeira fase:

Round 1, Billabong Pipe Masters 2017