Caravelas-portuguesas

Banhistas sofrem na Austrália

Caravelas-portuguesas atingem milhares de visitantes nas praias de Queensland.

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Caravelas-portuguesas invadem a costa australiana e milhares de visitantes sofrem com queimaduras.

Os visitantes das praias australianas de Queensland tiveram uma surpresa desagradável no fim de semana: hordas de caravelas-portuguesas, que feriram mais de 3.000 pessoas nas costas de Gold Coast e Sunshine.

De acordo com a organização de resgate Surf Life Saving Queensland, 3.595 pessoas procuraram tratamento para queimaduras no fim de semana, enquanto 9.300 foram tratadas até agora em 2019, com nove pessoas hospitalizadas. Em comparação, o relatório anual da organização, divulgado em setembro de 2018, revelou que 14.008 queimaduras de caravelas foram registradas nos últimos 12 meses.

Os salva-vidas fecharam temporariamente várias praias no fim de semana, incluindo as praias de Rainbow, Tugun, Coolangatta e Northcliffe.

A Surf Life Saving Queensland revelou que o massacre de caravelas foi o resultado de fortes ventos de nordeste, que forçaram as espécies a desembarcar. Apesar de as caravelas se dissiparem, a organização informa que algumas permanecem nas praias.

As fisgadas da caravela-portuguesa geralmente não são fatais, e normalmente são tratadas com aplicação de gelo ou água quente, diz a organização, embora a afiliada da CNN, SBS News, tenha relatado que alguns banhistas sofreram choque anafilático e precisaram de tratamento de paramédicos.

Lisa-ann Gershwin, diretora do Australian Stinger Advisory Service, contou ao SBS News que o número de queimaduras no mês passado foi “incomum”. Ela explicou que as caravelas normalmente vivem em grupos no meio do oceano, mas suas cristas em forma de vela permitem que os ventos as levem à terra firme. “Quando você olha para uma caravela e vê a bolha, as franjas azuis e os longos tentáculos azuis, isso é realmente uma colônia, não é um indivíduo”, disse Gershwin ao SBS News.

“Algumas das velas dessa espécie ficam do lado direito e outras do lado esquerdo, então, quando o vento aumenta, apenas pega as que têm a vela no caminho certo para aquela determinada brisa”, disse ela. “É a maneira da natureza garantir que a população nunca se acabe”, finaliza a diretora do órgão australiano especializado em animais com ferrão.