Uri Valadão

A magia de Portugal

Uri Valadão fala sobre o desfecho do Mundial e os bons momentos na costa portuguesa.

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Uri Valadão e o visual mágico da costa portuguesa.

Viajar para Portugal é sempre um prazer enorme. É um país onde sempre costumo ter bons resultados, e desta não foi diferente. Cheguei às quartas de final em Sintra e Viana do Castelo, e terminei em terceiro lugar no Grand Slam de Nazaré, finalizando o ano em sétimo na divisão de elite.

Em Sintra e Viana, que receberam etapas válidas pelo Qualifying, tive belíssimas atuações e gostaria de ter ido mais adiante, mas faz parte do esporte. Temos atletas muito bons no mundo inteiro e às vezes o detalhe nas baterias faz a diferença.

Não consegui os resultados que eu realmente desejava, mas de uma maneira geral foi bom e estou feliz com a minha performance porque reencontrei o surfe que vinha apresentando quando fui campeão mundial, em 2008. Em todas as baterias eu conseguia fazer notas excelentes e a perna europeia me deixou bastante empolgado.

Portugal me motivou também porque desta vez fui com a minha esposa e consegui conciliar o foco no Mundial com alguns passeios turísticos. Também pude conhecer vários picos diferentes.

Uri entocado no cilindro.

Antes, eu só conhecia as praias que sediavam os campeonatos, e agora pude comprovar que Portugal realmente é um dos melhores lugares do mundo para o surfe. Tem muita onda boa, uma variedade de praias e um litoral imenso, com ondas sem crowd, pouco exploradas.

Foi fantástico. Uma das melhores temporadas que já passei por lá, sem dúvida. Gostei demais e estou a cada dia mais apaixonado por Portugal.

Finalizei a temporada com um pódio excelente em Nazaré, em condições bem difíceis, com mar grande, pesado, uma condição que gosto bastante.

Na Praia do Norte, Uri chegou à semifinal e novamente terminou o ano como melhor brasileiro no Tour.

A Praia do Norte tem uma onda que combina muito com o meu surfe. Acho o pico um pouco parecido com Itacoatiara. Gosto desse tipo de onda e tenho me sentido cada vez mais confortável nessa condição.

Havia começado o ano com resultados horríveis, não me adaptei bem ao novo formato do tour e já estava até desanimado de competir assim, inclusive acabei nem indo para o Grand Slam na Austrália.

Depois de descartar esse evento, fui com tudo para Nazaré para reverter esse quadro e acabei encontrando a motivação que buscava. Como citei no início do texto, a temporada na Europa me fez lembrar do título mundial de 2008, quando era muito focado e determinado.

O baiano no pódio da etapa em Nazaré, junto com o campeão mundial Jared Hoston, Tanner McDaniel e Tristan Roberts.

Reencontrei isso em mim, mesmo sabendo que em alguns eventos, como Sintra e Viana, eu poderia ter ido mais longe. Porém, o mais importante é essa autoestima que fica. E me animei também com as reuniões que tivemos em Nazaré, logo depois do Circuito. Tudo indica que o formato alterado este ano não vai continuar, e é o que eu espero.

O formato tradicional é o que me agrada e acho o mais justo para todos os competidores, como já citei em outro texto aqui no Waves.

Há uma expectativa de que no próximo ano tenhamos novas etapas. Foi uma pena Fronton não ter feito parte do Circuito Mundial deste ano. Gostaria muito que esse pico estivesse no calendário porque tem uma onda muito boa para o bodyboarding e é um espetáculo à parte.

Agora vamos para a última etapa do Brasileiro, no Porto das Dunas, em Aquiraz (CE). Tenho chance de ser campeão e darei o meu melhor.

Há muito tempo não vou ao Ceará e sinto saudade de lá. É um lugar com muita gente boa, talentosa, com muita tradição no bodyboarding, e estou feliz por retornar. Será a primeira vez que vou competir por lá e estou bem animado. Vamos nessa!

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