Ricardo Martins

Shaper dá as dicas

Shaper de Pedro Scooby e outros grandes nomes do surfe brasileiro, Ricardo Martins fala sobre como escolher a prancha certa.

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Ricardo Martins é um dos grandes shapers da atualidade e referência no mercado.

Aprender a surfar exige disciplina, treino, preparação física e, claro, um equipamento de qualidade. Mas para quem nunca teve contato com o mundo das pranchas, escolher a que mais ajudará neste momento não é uma tarefa fácil.

Nessas horas, vale apelar para a internet, para os amigos…Mas, o ideal é recorrer a um especialista. Não precisa ficar com vergonha. Até os mais experientes surfistas fazem isso na hora de decidir que prancha precisam para determinados tipos de onda.

Para esclarecer algumas dúvidas de quem está nesse dilema, batemos um papo com Ricardo Martins, da Wetworks e shaper do big rider Pedro Scooby. Ele dá dicas de como escolher uma prancha e conta um pouco de como é sua rotina.

Pedro Scooby trabalha com a Wetworks há mais de dez anos.

Quais as dicas você daria para quem vai comprar sua primeira prancha?

Para quem está começando, é sempre importante considerar uma prancha com mais área, tamanho e volume. Uma dica legal é sempre pensar que se tem mais de 20 quilos do que seu peso normal, porque isso dá uma margem de segurança para o surfista ter mais estabilidade e fazer um surfe mais tranquilo no início.

Quais são os principais erros ao escolher uma prancha?

Um dos principais erros é achar que se está num nível mais avançado do que se está e partir para a escolha de uma prancha muito voltada para performance e velocidade, quando na realidade, se está num estágio em que ainda seria mais importante se preocupar com a remada, estabilidade, segurança.

Quais os pedidos que você mais recebe na hora de produzir uma prancha?

Normalmente, as pranchas que me pedem são mais voltadas para performance. Estou sempre buscando alternativas caso a caso. E isso vem através do conhecimento do surfista, do nosso. Tentamos fazer sempre com que a prancha esteja de acordo com o estágio que ele está no momento

Jadson André e Ricardo Martins em Portugal.

A maioria dos pedidos que recebemos são praticamente impossíveis de se fazer (risos)! Ainda mais hoje em dia, com a internet e com a quantidade de informação que se tem. A pessoa antes de chegar na gente, já pesquisou muito, e infelizmente, algumas vezes as informações estão erradas, ou não se encaixam bem para ela. E aí, a gente no papel de consultor, especialista, tem que conversar e adequar esses desejos com as necessidades e a funcionalidade da prancha

Como é o Scooby como cliente? O que ele costuma exigir?

O Scooby já tem uma relação de bastante tempo comigo, de mais de dez anos. Então, já chegamos em certos modelos que são bem funcionais. Então, vamos mudando de acordo com as características de época, de situação, da viagem, de ondas diferentes. E isso vai criando necessidades específicas que mudam de acordo com o que eu faço para ele. Mas estamos sempre buscando a evolução, principalmente para ondas de beach break, que aí a performance está sempre tendo que estar um pulo acima.

Scooby pronto para a ação com um foguete shapeado por Martins.

Quais pranchas mais te marcaram no seu trabalho? E quanto tempo você demorou para fazê-las?

Tem algumas pranchas que vão se tornando emblemáticas, principalmente porque elas dão origem a outras pranchas. Por exemplo, tem um modelo que eu desenvolvi para o Scooby, que foi o bolachinha. Ela é uma prancha que a gente começou com ele, testando, fazendo algumas mudanças e depois se transformou em um campeão de vendas. E isso não se deu pelo marketing, pela figura dele, mas por ter se transformado em um modelo muito funcional para as ondas daqui do Brasil. Então, acabou virando uma referência.

Outra prancha que ficou marcada foi uma bem grande, que ele surfou de tow-in, lá em Nazaré. Essas pranchas acabam sendo um desafio, porque a gente não tem muitas condições de testar antes. Então, para você chegar em uma prancha que seja de fato funcional para aquela condição de onda, é muito difícil.

Você acha que uma prancha legal, com um desenho que seja a cara do surfista, influencia o surfe?

A arte cria uma identidade única para a prancha, é uma maneira até do dono participar, sentir que é algo de fato dele, exclusivo. É bem legal quando o cliente exerce essa criatividade.

Pedro Scooby e Ricardo Martins participam da promoção Red Bull Rabisque Minha Prancha.

Para quem se interessou pelo trabalho do Ricardo Martins, é fã do Scooby e também é bom de design ou desenho, uma chance para ter uma prancha feita por ele e que também será usada pelo surfista para encarar o canhão de Nazaré em 2018, é participar do “Red Bull Rabisque Minha Prancha”.

O concurso que já está com as inscrições abertas, vai até o dia 23 de setembro. Para saber mais, acesse o site Red Bull Rabisque.