Anos 1970

Baú de Jeffreys

Videomaker resgata imagens de J-Bay em 1977. As pranchas de hoje são bem melhores, mas os surfistas também.

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Essas imagens do vídeo acima estavam esquecidas nos rolos do filmmaker Dick Hole. 
É muito legal poder lembrar como astros do surfe como Shaun Tomson, Mark Warren, “Crita” Byrne e Rick Rasmussen, dentre outros, dominavam aquelas ondas lindas de Jeffreys Bay.

Claro, a performance deles não é nada radical comparada aos dias de hoje. Reparem como as pranchas eram mais lentas, pareciam pesar na onda e pegavam de borda aqui e ali. O estilo dos caras, alguns dos melhores do mundo naquela época, também era um tanto estranho se compararmos com o surfe atual.

Daí, a pergunta. Será que a maneira de surfar mudou por conta das pranchas ou seria o oposto? Acho que são as duas coisas. Algumas pranchas obrigaram o surfista a se posicionar e aplicar força de maneira diferente, descobrindo outras linhas. O desenvolvimento das técnicas de surfe forçou os shapers a buscar formas que facilitassem o que o atleta tinha na cabeça.

Os esportes são assim. Sempre há alguém tentando ser mais rápido e mais radical. Os equipamentos precisam ajudar nessa evolução. Por outro lado existem shapers que imaginam que um modelo diferente dos existentes pode proporcionar possibilidades inéditas. Depois, surfistas e shapers aprendem e replicam tudo isso. Ou tentam.

Jeffreys, 1977. Mark Warren e sua McCoy. Acredite, ele era bom para caramba.

As coisas funcionam assim. Uma coisa puxa a outra. Mas é sempre curioso ver um surfista da atualidade, tipo um Top, usando uma prancha antiga. Ela parece invocar linhas de outras épocas e impor limites. Mesmo assim o cara é capaz de fazer uma manobra que existia apenas na imaginação dos caras que usavam essas pranchas na época delas.

Ou seja, as pranchas evoluíram, mas as habilidades e imaginação dos surfistas, também.