Filipe Toledo

Armado e perigoso

Edinho Leite analisa as novas pranchas HT2, armas de Filipe Toledo para a próxima parada do Championship Tour.

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Em J-Bay, próxima parada do Tour, em julho, as ondas devem fornecer o tipo de pista em que o surfe de Filipe Toledo mais brilha. Para isso seu quiver já está pronto e, para quem gosta do assunto, vai aqui uma analisada básica.

Parte da torcida questionou a performance de Filipe Toledo durante as etapas do CT em Bali. Normal, para quem está acostumado a vê-lo surfando acima dos 8.00 pontos. A meu ver Filipe não pegou os melhores momentos do mar e a impressão que pode ter ficado foi a de que seu equipamento não estava tão funcional como, por exemplo, no Brasil.

Pode até ser, mas o fato é que, especialmente em Uluwatu, a velocidade das ondas disponíveis estava abaixo da velocidade em que Toledo costuma voar, baixo ou alto e, claro, havia, nas quartas de final, a prioridade de Willian Cardoso.

Vamos ao ponto…

Este é mais recente modelo de alta performance da Sharp Eye Surfboards. Marcio Zouvi e Filipe desenvolveram uma variação do design da Holy Toledo, criado para o Filipe competir no evento de Trestles, em 2017. Eles buscavam um modelo para ondas pequenas a medianas. Na época o modelo ainda não tinha um nome definido.

Após a vitória em Trestles foi feita uma versão com rabeta swallow e com duas canaletas na saída da última quilha. Funcionou muito bem para Filipe, dando mais drive na parte da prancha onde ele consegue imprimir muita velocidade para a saída das manobras aéreas. 

Mantiveram as medidas de 5’8″ a 5’10”, com 18,25 x 2.25 e uma variação de 23.60 a 24 litros (um pouco menos de volume do que a tabela normal desse modelo).

O design atual tem apenas uma canaleta, que começa na altura da quilha central. Essa canaleta cria um V-Bottom na saída da rabeta, que pode oferecer mais controle nessa área da quilha traseira, sem perder o rocker menos acentuado que se mantém na área fora da canaleta e no outline que chega à rabeta.

A prancha tem um rocker mais reto no meio com um flip médio para o bico. O rocker da rabeta é baixo e contínuo, com um concave mais sutil, além do modelo ter as bordas mais altas e cheias do que a Holy Toledo original.

No quiver também há o modelo #77, round tail, que Filipe usa para ondas mais tubulares e fortes, seguindo os mesmos tamanhos, medidas e litragem.

Todas as pranchas contam com uma laminação de apenas um tecido fechando a prancha toda e um outro de reforço, cruzado, com um acabamento especial no gloss, deixando o equipamento extremamente leve no intuito de gerar uma boa resposta em relação à flexão do bloco de PU. As quilhas FCS, são do modelo assinado pelo próprio Filipe.

E toca pra Jeffreys, onde Filipe irá defender o título de 2017, de olho no mundial de 2018.